sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

TRABALHO: REABILITAÇÃO QUE DIMINUI AFASTAMENTOS


Programa instituído há cinco anos faz aquilo que o governo entende ser o indicado para minimizar aposentadorias por invalidez.
foto:Edelcio
                "Estar de volta ao trabalho, em uma função adequada à minha nova realidade, só foi possível por causa da reabilitação que me foi oferecida pela empresa. Hoje me sinto valorizado, mais útil e realizado profissionalmente". A conclusão é do segurado Eduardo Scapinello, que trabalha em uma empresa de Videira(SC) e passou por um período de reabilitação depois de ter sido afastado de suas atividades laborais e permanecido como pensionista do Instituto Nacional de Seguridade Social(INSS), vinculado ao Ministério da Previdência Social.
                Este e outras dezenas de trabalhadores do município de Videira que foram reinseridos no mercado de trabalho são fruto de uma bem estruturada alternativa de reabilitação profissional, que possibilita o retorno ao trabalho depois de passar pelo programa - onde foram tratados biopsicossocialmente, recuperaram a auto-estima e tiveram de volta a capacidade laboral. Esta modalidade de reinserção agora está sendo incentivada pelo Governo Federal, na tentativa de minimizar os efeitos de afastamentos precoces do trabalho.
                Pioneiro em sua concepção, o Programa de Reabilitação Profissional(PRP), que já existe no município catarinense há cinco anos, é fruto de uma parceria entre empresas, poder público, entidades classistas e o INSS. Juntos, eles criaram um local especialmente dedicado à recuperação dos segurados, oferecendo estrutura moderna e profissionais capacitados para ir além do restabelecimento da condição física e psíquica dos trabalhadores afastados, dando a eles a oportunidade de serem reinseridos em atividades diferenciadas, dentro das empresas.
                Na prática, o programa funciona assim: após da perícia médica que confirmou o afastamento, o segurado é encaminhado ao PRP, onde passa por avaliações que mostram a sua capacidade laboral. Inicia-se, então, o trabalho de reabilitação ou readaptação dos portadores de transtornos músculo-esqueléticos ou psíquicos. No local, fisioterapeutas, educadores físicos, terapeutas e psicólogos prestam atendimento personalizado, que se estende por períodos distintos, dependendo de cada caso.
                "O que buscamos através do PRP é oferecer possibilidades de reabilitação, por meio de um trabalho de avaliação, readaptação e reinserção que antes não existia, destaca um executivo de uma das empresas parceiras do Programa. Segundo ele, ao oferecer a possibilidade de volta ao trabalho, em atividades diferenciadas, de acordo com a condição de cada um, os participantes sentem-se valorizados, cidadãos e com auto-estima elevada.
                "Mais do que simplesmente diminuir os números de afastamentos, este programa pioneiro mostrou que é possível agir de forma integrada, envolvendo todas as esferas e criando uma nova realidade no segmento". O retorno ao mercado de trabalho dos segurados reabilitados que passaram pelo PRP é garantido pela Lei de Cotas e viabilizados pelas empresas parceiras do programa, além de contar com envolvimento do Ministério do Trabalho e Emprego(MTE).
                A gerente da agência do INSS de Videira, Isabel Luíza Lázzari, acredita que o esforço conjunto dos setores público e privado, na recuperação dos segurados, é importante para promover uma nova realidade ao segmento. "Este programa pioneiro possibilita a redução do tempo de afastamento e isso deve ser comemorado como resultado específico da sua atuação", enfatiza.

UMA NOVA REALIDADE
                Os resultados do programa mostram que é possível minimizar os afastamentos e principalmente oferecer oportunidades aos segurados, dentro da sua nova realidade. "Estar aqui, trabalhando novamente na empresa, mas em uma atividade adequada à minha condição, só foi possível graças ao programa de reabilitação. Mais do que me recolocar no mercado, ele contribuiu para o aumento da minha auto-estima", enfatiza Eduardo Scapinello, que agora trabalha num dos vestiários da empresa.
                Para chegar até o novo posto, ele percorreu um caminho comum aos participantes do PRP: depois de passar pela avaliação e cumprir o período de reabilitação, Scapinello foi encaminhado à equipe de reinserção, que estudou o seu retorno à empresa, avaliando a sua capacidade laboral - mesmo que parcial - e viabilizou uma nova integração. "Da condição que estava antes, afastado por invalidez, uma realidade contrária à minha vontade, agora retornei e isso só foi possível graças ao programa de reabilitação", finaliza.
                São resultados como este que o governo pretende alcançar, com a mudança na forma de avaliação das condições físicas, psíquicas e profissionais dos segurados afastados, melhorando o diagnóstico e usando estratégias como a reabilitação para possibilitar ao trabalhador o retorno ao mercado. Assim, pretende reduzir dos atuais 18,7% para cerca de 10% os casos, economizando algo em torno de R$ 25 bilhões por ano. Atualmente, a Previdência gasta R$ 60 bilhões com o pagamento de aposentadorias.
                Esta estratégia já vem sendo adotada no PRP há cinco anos, com eficiência ratificada pelos números de recolocação profissional. Além disso, as empresas envolvidas em sua viabilização atendem à legislação trabalhista.

PARCEIROS
- INSS
- Brasil Foods
- Prefeitura de Videira
- Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Derivados
- Unoesc
- Videplast
- Fetz
- Sagrinco
- Limger
- Vimasa


 fonte de envio
Edelcio Lopes
Jornalista

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