Um grupo de projetos, aplicados em MG, apresenta alternativas para melhor aproveitamento da água
Uma visita técnica à Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, por lideranças da região Extremo Oeste, buscou dados e informações sobre os projetos aplicados em municípios mineiros, para melhor aproveitamento da água na região. O objetivo é reduzir o impacto para as famílias durante os longos períodos de estiagem na região Oeste e Extremo Oeste do Estado.
Participaram das reuniões e visitas a projetos o prefeito de Iporã do Oeste, Ilton Voigt, o deputado estadual Padre Pedro Baldissera (PT), o secretário da Agricultura do município, Auri Mathias e o coordenador do Sindicato da Agricultura Familiar de Iporã do Oeste, Leonel Paludo. Eles foram recebidos pelos professores doutores Mauro Aparecido Martinez, Antonio Alves Soares e Sílvio Bueno Pereira, que atuam na área de pesquisa em recursos hídricos, do Departamento de Engenharia Agrícola da UFV.
A ideia do projeto começou quando Paludo conheceu os projetos de barramento contra enchentes, e para aproveitamento da água nestes períodos. “Conhecer o projeto dentro da universidade foi muito importante para termos um visão do seu funcionamento, e de sua viabilidade”, observa Paludo.
“Algumas das técnicas utilizadas chegam a ampliar em 16 vezes o aproveitamento da água. Conseguimos avançar e teremos o apoio da UFV para a implantação de projetos piloto. O objetivo dessas medidas é garantir que as famílias, nas épocas de estiagem, sofram menos nos períodos de falta de chuva”, explica o prefeito Ilton Voigt.
Somente na última estiagem, o município calcula perdas de até 30% para os agricultores. Isso significa mais de 200 famílias atingidas de forma significativa pela falta de água.
Semelhanças regionais
O deputado Padre Pedro Baldissera destaca que a situação vivida no semiárido mineiro é muito semelhante à enfrentada pelos agricultores do Oeste de SC. “Aqui nesta região também o regime de chuvas é irregular. Com algumas medidas, eles conseguem aproveitar a chuva em excesso, durante alguns períodos, e garantem o abastecimento na época da estiagem”, diz o parlamentar.
O secretário da Agricultura, Auri Mathias, diz que a possibilidade de contato com os técnicos mostrou que os projetos são viáveis. “O que nos faltava era uma base de apoio técnico. Com o acompanhamento da Universidade, temos segurança para iniciar um projeto piloto”, disse.
O professor Antônio Alves Soares explica que a primeira medida a ser adotada a análise hidrológica da região, que permitirá definir qual a melhor alternativa para Iporã do Oeste, e que depois podem ser adotadas por outros municípios da região. “Algumas das medidas são tomadas para o controle das cheias, e outras para armazenar o excedente de água. Este controle determina um equilíbrio hídrico, e é isso que permitirá reduzir o impacto de ambos, tanto dos períodos de chuva intensa, como a falta de água”, observa Soares.
Em um ponto, no entanto, os pesquisadores são taxativos: qualquer medida será paliativa sem a adoção de práticas de preservação dos mananciais e de gerenciamento da água nas propriedades. “É preciso ir além. Para resultados efetivos a longo prazo, precisamos nos conscientizar de que é necessário melhorar a forma como utilizamos o solo e a água. Sem isso, qualquer medida torna-se temporária”, destaca o pesquisador Mauro Aparecido Martinez.
Universidade é referência em projetos dirigidos à agricultura
Fundada em 1926, a UFV tem mais de 20 mil alunos e atua nas mais diversas áreas, com destaque para os projetos na área de agricultura e meio ambiente, onde trabalha com ensino, pesquisa e extensão, diretamente vinculada às comuniaddes. Na área de recursos hídricos, atuando em conjunto com órgãos públicos e privados, a universidade conseguiu avanços significativos, como por exemplo a ampliação da produção agrícola e a redução do pobreza em regiões do Semi-Árido mineiro, que durante décadas sofreram com a estiagem.
Vice-reitor da UFV garante parceria a lideranças do Extremo OesteO vice-reitor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), professor doutor Demetrius David da Silva, confirmou a possibilidade de parceria com o município de Iporã do Oeste, para apoio a projetos de redução dos prejuízos com a estiagem, a partir de ações organizadas com a consultoria de especialistas da instituição.
A notícia veio depois de reunião de Silva com o prefeito de Iporã do Oeste, Ilton Voigt, o deputado estadual Padre Pedro Baldissera (PT), o secretário da Agricultura do Município, Auri Mathias e o coordenador do Sindicato da Agricultura Familiar de Iporã do Oeste, Leonel Paludo.
“É gratificante para a universidade e este é o nosso trabalho, contribuir com nossa experiência regional”, disse. Silva destacou que é preciso, antes, uma análise por parte dos pesquisadores, para avaliar as condições do clima regional e também da topografia, que permitirão a proposta de soluções mais adequadas às necessidades do município. “Vamos analisar todas as informações disponíveis e manter contato para o apoio ao município e à região. A UFV atua em diversas regiões e esse tipo de projeto é importante para a universidade”, afirmou.
O prefeito Ilton Voigt destacou a importância do contato com os especialistas da Universidade, que já tem projetos implantados nas mais diversas áreas. Ele acredita que um modelo piloto, em Iporã, pode também ser adotado por outros municípios da região, para melhorar as condições da população, tanto no campo como na cidade.
O deputado Padre Pedro Baldissera observou o histórico positivo da instituição no trato com questões envolvendo recursos hídricos. “Nós temos aqui um acúmulo de experiências positivas, que podem reverter em benefícios não só para Iporã como para outros municípios do Oeste e do Extremo Oeste. Padre Pedro ainda lembrou que, em todos as reuniões com pesquisadores, e também nas experiências visitadas na cidade de Viçosa, ficou claro que não é apenas uma medida isolada que solucionará as estiagens constantes, mas sim as práticas conservacionistas que vem aliadas a estas medidas.
“Cuidado com a recarga dos aqüíferos, recomposição das matas ciliares, tratamento adequado do esgoto, cuidados com o assoreamento dos rios, enfim, uma série de medidas que nós sempre soubemos, mas que, no entanto, sempre foram colocadas em segundo plano”, complementa o parlamentar.
fonte:Assessoria de Imprensa
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