sexta-feira, 19 de julho de 2013

Lula fala sobre política externa em conferência na UFABC


Ex-presidente disse se orgulhar de ter alçado a fome a tema central de todos os fóruns mundiais. A uma plateia jovem, também falou sobre manifestações: “Não neguem a política. Não neguem os partidos


Escrito por: Instituto Lula, com agências de notícias

“Gostaria de falar de três pontos que acho que merecem destaque na nossa 
política externa”, começou Lula em palestra nesta quinta-feira (18) na 
Universidade Federal do ABC. Ele falou da importância de ter colocado 
a fome como tema central em todos os fóruns mundiais, da aproximação
 com os países da América Latina e da África e dos esforços para mudar as 
instituições multilaterais e a governança global.
Lula palestrou na Conferência Nacional “2003-2013: uma nova política externa”. 
O encontro aconteceu na Universidade Federal do ABC (UFABC) entre os dias 
15 e 18 deste mês e contou também com a participação dos ministros Antonio
 Patriota (Relações Exteriores), Celso Amorim (Defesa), Gilberto Carvalho
 (Secretaria-Geral da Presidência) e Maria do Rosário (Direitos Humanos)
 além de importantes intelectuais e lideranças sindicais. A CUT Nacional apoiou 
o evento e recebeu o agradecimentosdo ex-presidente.
O tema da conferência de Lula foi “Brasil no mundo: mudanças e transformações
 e ele começou falando da escolha de colocar a fome como tema crucial em
 todos os fóruns internacionais. “Uma das coisas que me orgulho na nossa
 política externa é ter conseguido colocar a questão da fome como central”, 
contou Lula lembrando diversos momentos em que fez questão de debater esse 
tema. “Eles queriam falar de comércio internacional e eu querendo debater a questão 
da fome”, contou. O ex-presidente também lembrou que essa luta ainda continua e 
que recentemente o Instituto Lula, junto com a FAO e a União Africana, 
realizaram um encontro na Etiópia para discutir a questão.
O segundo eixo destacado por Lula foi a aproximação do Brasil com a América 
Latina e os países africanos. “Queremos ter relação com os Estados Unidos, o
que não podemos é nos tornar dependentes. Por isso nos voltamos para a
 América Latina”, disse Lula lembrando que o número de empresas 
brasileiras nos países latino-americanos aumentou enormemente a partir de 
seu governo. Em relação à África, Lula falou da dificuldade que 
enfrentou, inclusive dentro da diplomacia, de convencer as pessoas de que 
aumentar as relações com os países africanos era importante. “Nós não podemos
 pagar nossa dívida com a África em dinheiro, mas podemos pagar com 
solidariedade”, destacou. Ele lembrou que como resultado foram criadas
 19 novas embaixadas brasileiras na África e o comércio do Brasil com os
 países africanos saltou de 5 para 26 bilhões de dólares.
A luta por uma mudança nos organismos multilaterais e pela construção
 de uma governança global foram o último ponto abordado pelo ex-presidente
. Ele falou da importância de ter uma governança global eficiente nos 
atuais tempos de crise e questionou “Quem vai ajudar a regular o
 sistema financeiro hoje?”. Lula ressaltou que a ONU hoje não tem 
força e não representa a atual correlação de forças mundiais. A luta pela 
entrada do Brasil e de outros países no Conselho de Segurança da ONU
 também foi lembrada.
Lula terminou destacando que hoje se comemora o aniversário de 95 anos
 de Nelson Mandela. Ao final, Lula respondeu perguntas da plateia.
SOBRE AS MANIFESTAÇÕES- Os sites de notícias destacaram as falas
 do ex-presidente, diante de uma plateia majoritariamente jovem, sobre as
 manifestações. Seguem alguns trechos e frases de Lula no evento de hoje (18)
. "Viva o protesto. De protesto em protesto a gente vai consertando o telhado",
 "De protesto em protesto, um dia vocês vão chegar à Presidência da República",
 afirmou. Para ele, o brasileiro está indo às ruas em busca de mais conquistas.
 "Na Europa, os protestos são para não perder o que conquistaram. No Brasil, 
protestos são para conquistar mais."
O ex-presidente pediu aos jovens que "não neguem" a política. "Quando vocês 
estiverem putos da vida, mas putos, que vocês não confiem em ninguém, não
gosto do Lula, não gosto da Dilma, não gosto do [Luiz] Marinho, não gosto 
não sei de quem, ainda assim, não neguem a política. E muito menos neguem 
os partidos. Vocês podem fazer outros.", disse.

"A pior coisa que pode acontecer no mundo é a gente aceitar a negação 
da política. Não existe nenhuma experiência no mundo em que a negação 
da política teve resultado melhor do que a podridão da política", disse 
durante a palestra.
O discurso de Lula encerrou a Conferência Nacional "2003 - 2013: Uma
 nova política externa", da universidade em São Bernardo do Campo. 
Os jornalistas não puderam acompanhar o evento no auditório e assistiram 
à palestra através de um telão ao ar livre.
SOBRE 2014- Após a palestra, Lula concedeu entrevista coletiva e falou 
de reeleição, reforma política, protestos e sobre a expectativa para que
 ele volte a se candidatar à Presidência. Lula descartou concorrer nas 
próximas eleições presidenciais. "Eu elimino (a possibilidade) porque tenho
 candidata. Eu tenho candidata a presidente da República. Não tem ninguém
 batendo na  porta e as pessoas sabem que não adianta bater na porta", disse.

Na defesa de sua "candidata", o ex-presidente afirmou que é contra as 
propostas para acabar com a reeleição e alterar o mandato de quatro
 anos. Segundo ele, a possibilidade de reeleição foi incluída para 
dificultar sua candidatura. "Não tínhamos reeleição. Com medo de mim até 
reduziram o mandato para quatro anos. Depois ganharam e aprovaram
a reeleição", disse. “Agora querem acabar com medo da Dilma se reeleger”, disse.


Escrito por: Instituto Lula, com agências de notícias

Fonte: cut.org,br

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