quinta-feira, 4 de junho de 2015

TCC de estudante da UFFS gera conhecimento, facilita o trabalho de médicos e gera novos estudos


Um projeto de inovação tecnológica, desenvolvido por uma equipe multidisciplinar, financiado pelo CNPq, que gerou mais pesquisas para um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), deu base para uma aprovação e o estudo em nível de Mestrado e pretende facilitar a vida de médicos e, consequentemente, pacientes. Esse é o resumo muito rápido do aprendizado do estudante José Eduardo Venson, egresso de Ciência da Computação da UFFS – Campus Chapecó, em um projeto que começou em 2012 e segue agora, no Stricto sensu e em um emprego.


O artigo do TCC, "Dynamic Optimization for Fast Image Transfer and Visualization for Mobile and Stationary Devices: A Performance Evaluation Using Animati Viewer", inclusive foi aceito, recentemente, no XV Workshop de Informática Médica. O evento está previsto para os dias 20 e 21 de julho, em conjunto com XXXV Congresso da Sociedade Brasileira de Computação, em Recife (PE).


O professor Fernando Bevilacqua e o estudante foram convidados a participar de um projeto de inovação tecnológica, o Appification of Medical Reports - Distribuição de Laudos e Imagens por meio de Apps". Financiado pelo CNPq e executado pela empresa Animati Computação Aplicada, de Santa Maria (RS), o projeto teve ainda, na equipe, o Núcleo de Pesquisas em Imagens Médicas da PUC-RS (NIMED) e o Laboratório de Computação Aplicada (LACA) da UFSM.


O objetivo era disponibilizar em plataformas móveis (smartphones e tablets), um sistema de visualização de laudos e imagens médicas, buscando agilizar diagnósticos e os cuidados aos pacientes. Depois de ter trabalhado no projeto com o tema, Venson aprofundou o assunto no TCC, quando otimizou alguns aspectos computacionais, como visualização e transferência de imagens.


Para além da sala de aula


Conforme o professor, o estudante precisou superar desafios para além dos propostos nos estudos da graduação. “Além de tecnologias móveis e aplicação web, ele precisou trabalhar com a computação aplicada à Medicina. Também atuou com uma equipe multidisciplinar”, aponta.


De fato, para Venson, esse também foi um ponto importante durante a jornada. “Tive que trabalhar diretamente na área médica, na qual não tinha nenhuma experiência. Tive que entender conceitos básicos de imagens médicas digitais, trabalhar com exames como Tomografia Computadorizada, Mamografia, Raio-X, entre outros. Nesse sentido foi fundamental ter uma equipe multidisciplinar, formada por profissionais experientes tanto na área da computação, quanto na área médica”, destaca.


A equipe, que também tinha em sua composição duas médicas da PUC-RS, contribuiu para que o estudante entendesse conceitos e, de modo geral, o fluxo de trabalho de clínicas e hospitais. Para a organização do todo, as reuniões por videoconferência – de Porto Alegre, Santa Maria (RS) e Chapecó - foram quinzenais durante dois anos, com apresentação de propostas e do andamento dos trabalhos.


Venson ainda explica que precisou pesquisar sobre o processamento de imagens, já que o curso não possui um componente curricular sobre o assunto. Porém, também foi necessário aprofundar conhecimentos em tecnologias móveis e web. Mas um grande desafio foi estudar a área da saúde, em que Venson conta que precisou “praticamente sair do zero”. “Tive que me familiarizar com as modalidades de exames, suas características (tamanho e dimensão), organização de dados e números de imagens. Como a área médica é muito delicada e todo o trabalho deve ser feito com cuidado, tive que aprender os padrões internacionais que definem as regras de comunicação, visualização e transferência de dados médicos. Também tive que aprender um pouco sobre anatomia humana, pois um dos focos do meu TCC foi um ajuste para destacar determinadas áreas do corpo, como tecidos ou ossos”, relata.


Conselhos e futuro


Para o agora mestrando, o conselho aos estudantes é iniciar as atividades antes de chegar no TCC, além de participar de projetos de pesquisa, extensão, tecnológicos ou monitorias. “Desse modo, podem conhecer melhor a área em que querem seguir, adquirir experiência e conhecimento prévio, que ajudarão muito durante o desenvolvimento do trabalho. Além disso, podem conhecer seu futuro orientador e sua prática de trabalho, evitando problemas posteriores”.


Hoje, Venson faz mestrado em Computação Gráfica, com ênfase na visualização de dados médicos, no Programa de Pós-Graduação em Informática da UFRGS (conceito 7 na Capes, nota máxima). Também foi contratado pela Animati, num emprego a distância, com quatro horas por dia de dedicação. Além disso, conforme ele, o projeto já está em produção em três hospitais do país, auxiliando no diagnóstico de imagens e agilizando os procedimentos de cuidado à saúde dos pacientes. A previsão, ainda, é que nos próximos meses a aplicação seja disponibilizada gradualmente a todos os mais de 30 hospitais e clínicas que a empresa Animati atua. “É com muito orgulho que falo sobre esses dados, pois um projeto que iniciou com um aluno da graduação lá em 2012 em uma universidade nova, já está dando resultados expressivos e ajudando pessoas por todo o Brasil”, finaliza.

Assessoria de Comunicação 
Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Chapecó
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