segunda-feira, 11 de março de 2019

Agrotóxico causou morte de 20 milhões de abelhas em SC, aponta laudo

Foto: Divulgação Epagri
Amostras enviadas a análise pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) demonstraram que a morte repentina de abelhas no Planalto Norte, desde janeiro, foi causada por agrotóxicos. Os testes apontaram a presença de fipronil, um inseticida de uso veterinário e agrícola, aplicado em diversas culturas – em especial na soja. O mesmo produto foi responsável pela mortandade de abelhas no Rio Grande do Sul nos últimos meses.


A morte repentina foi percebida pelos apicultores em meados de janeiro. Foram perdidas cerca de 20 milhões de abelhas em 300 colmeias, nas cidades de Canoinhas, Monte Castelo, Rio Negrinho e Itaiópolis, todas no Planalto Norte. A Epagri também recebeu relatos recentes em José Boiteux, no Alto Vale do Itajaí, e em Lebon Régis, no Meio-Oeste, que ainda precisam ser investigados.
A morte de abelhas por agrotóxicos é um problema mundial. O inseticida fipronil, que apareceu nas amostras em SC, foi apontado como causa para a perda de milhões de abelhas no Uruguai, recentemente, e na França, onde a substância foi proibida na agricultura.
Além do fipronil, pelo menos uma amostra, retirada de colmeias em Rio Negrinho, apresentou traços de um fungicida, trifloxistrobina, e outro inseticida, o triflumuron. Os casos são tratados como isolados pela Secretaria de Estado de Agricultura e Pesca, e não têm impacto significativo sobre a produção total de mel no Estado, que no ano passado foi de 8 mil toneladas. Mas acendem o sinal de alerta.
Santa Catarina é o terceiro maior produtor de mel no Brasil, e o Estado que mais exporta. Hoje, 99% do mel catarinense que é enviado ao exterior é certificado como orgânico, por isso a Secretaria de Estado de Agricultura é cuidadosa ao tratar sobre a perda de colmeias por produtos químicos. Ressalta que o Estado tem hoje 9,7 mil produtores, e 315 mil colmeias em produção. O que significa que a mortandade ocorreu em menos de 10% das colmeias ativas.
fonte:NSC

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