segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

MST apresenta programa agrário elaborado pela militância


A capital federal, Brasília, foi escolhida para ser sede do VI Congresso do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O evento, que é realizado a cada cinco anos, ocorre entre os dias 10 e 14 de fevereiro. Para esta edição o tema que orientará os debates é “Lutar, Construir Reforma Agrária Popular”.

Considerado o maior movimento de massas do país, em 2014  o MST celebra 30 anos de existência. Momento de fazer uma releitura histórica para avaliar avanços e pensar formas de retomar as expectativas que não se confirmaram. O integrante da coordenação nacional do MST Alexandre Conceição considera que existem muitos motivos para comemorar, embora a reforma agrária não tenha sido prioridade dos seguidos governos.

“Mais de 350 mil famílias hoje estão assentadas, graças à luta do movimento sem-terra, graças a essa luta iniciada nos anos 1980. Hoje nós temos ainda pelo menos 90 mil famílias vivendo em acampamentos. Assim, seguimos sendo um dos motores principais da luta pela terra.”

Com 15 mil delegados inscritos, o VI Congresso será o momento propício para o lançamento do programa agrário do MST, concebido a partir de intensos debates iniciados em 2010 em todas as instâncias e setores do movimento.

A denominada “Reforma Agrária Popular” busca responder às demandas da conjuntura atual, como explica Alexandre.

“A base da Reforma Agrária Popular é a distribuição de terra para acabar com o latifúndio; a produção de alimentos sem veneno para o consumo interno; e um programa de agroecologia com agroindústria para que a gente possa agregar renda e a juventude possa ter trabalho no campo.”

Alexandre defende que os sem-terra façam oposição ao agronegócio que, segundo ele, se fortalece com o avanço das empresas transnacionais sobre a agricultura.

“O agronegócio, que vem tomando conta dos nossos recursos naturais; que vem expulsando os indígenas e os quilombolas de suas terras; que vem impedindo e travando a reforma agrária; e que vem ao mesmo tempo envenenando o campo e a cidade com as altas taxas de agrotóxicos consumidos neste tipo de agricultura, uma agricultura do monocultivo, uma agricultura atrasada, com tecnologia que não gera emprego.”

Além das delegações de 17 estados e Distrito Federal, são aguardados convidados de 25 países.

fonte: Radioagência NP
Imagem: Divulgação

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