terça-feira, 7 de novembro de 2017

REGIÃO: Pesquisa revela que o Rio do Peixe está sofrendo com a contaminação

Professor da UNIARP realiza pesquisa inédita para avaliar a qualidade da água do Rio do Peixe



O professor Roger Francisco Ferreira de Campos do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da UNIARP realizou uma pesquisa inédita, com análise da qualidade da água do Rio do Peixe por biomonitoramento, estudando a presença de contaminantes nos tecidos do peixe Jundiá (Rhamdia Quelen). O estudo buscou analisar se o município de Caçador está interferindo na qualidade da água e vida aquática do Rio do Peixe.

O trabalho de pesquisa foi realizado durante um ano (2016-2017) e estudou a interação da área urbana e rural do município de Caçador com o Rio do Peixe. “No estudo foi analisada a qualidade da água usando o peixe. Para isso, trabalhei em dois pontos amostrais: um antes do Rio entrar no município e outro na saída”, explica.

O estudo contemplou coletas sazonais, no verão, inverno, primavera e outono. Como o jundiá tem hábitos noturnos às coletas foram realizadas das 22h às 3h da manhã.

Nos tecidos dos peixes (fígado, cérebro, músculo e nas brânquias) foram analisadas a presença de metais essenciais como ferro, cobre e zinco, mas também derivados de contaminação como cromo, prata, níquel, mercúrio e outros. “A pesquisa mostra que o lançamento de esgoto doméstico e influente industrial acaba diretamente contaminando a água do Rio. Como nosso município é o primeiro que tem uma interação direta com o Rio do Peixe é importante monitorar esse sistema hídrico para que os outros municípios a seguir não recebam água de má qualidade”, comenta.

A pesquisa revelou que o Rio do Peixe está sofrendo com a contaminação. “Temos 71,82% do município com tratamento de fossa e filtro. Mas na questão do esgoto doméstico, muitas vezes os moradores não fazem a manutenção adequada. O sistema da fossa deve ser limpo pelo menos uma vez por ano e mesmo assim, apresenta eficiência baixa, de 40% a 70%. Ou seja, mesmo com manutenção adequada, os contaminantes acabam indo para o rio. A situação não é alarmante, mas são necessárias novas pesquisas comparando a cidade de Caçador com outras cidades próximas a foz, onde deságua o rio”, alerta. Os resultados completos da pesquisa serão publicados em dezembro em revista científica.

fonte:Diário Rio do Peixe


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