segunda-feira, 24 de março de 2014

Aparelho que mede sonegação fiscal é instalado em frente ao Congresso Nacional

IMPOSTO DE RENDA
foto: TV CÂMARA

Novecentos e cinquenta e cinco mil reais. Esta é a estimativa da quantidade de imposto que não é pago por minuto no Brasil. Só este ano, a sonegação já soma quase R$ 110 bilhões. O valor, que aumenta a cada segundo é mostrado por um contador digital do tamanho de um outdoor. O chamado Sonegômetro foi instalado nesta quinta-feira em frente ao Congresso Nacional.

A ideia é conscientizar a população para a injustiça da cobrança de impostos no país, já que os maiores sonegadores são pessoas ricas ou grandes empresas, segundo Heráclio de Camargo Neto, presidente do Sinprofaz, Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional, responsável pela iniciativa.


 

"Cerca de 10% de tudo o que é produzido no Brasil é sonegado. É muita coisa. Imaginem se nós aplicássemos 20 vezes o valor do Bolsa Família em saneamento básico, em melhoria dos salários dos professores, em melhoria dos salários dos policiais. Teríamos um outro país."

Nas contas do Sinprofaz, seria mesmo. Só com o valor que deixou de ser arrecadado no ano passado, 415 bilhões de reais, daria para comprar mais de 5 milhões de ambulâncias ou construir 30 milhões de salas de aula, por exemplo. O problema, segundo o sindicato, é que o governo não tem profissionais suficientes para ir atrás dos devedores.

O alerta para a quantidade de impostos sonegados também foi dado em um evento do lado de dentro da Câmara dos Deputados. O deputado Amauri Teixeira, do PT baiano, foi um dos participantes. Para ele, incluir os impostos nos preços dos produtos é uma forma injusta de tributar a sociedade, porque pobres e ricos acabam pagando o mesmo valor.

"O imposto apra ser justo tem que tributar a renda progressivamente. Quem tem pouca renda é isento, quem tem renda média é tributado medianamente e quem tem renda alta paga mais."

Uma das formas de tornar isso realidade seria colocar em prática o único imposto previsto na Constituição que ainda não vingou por não ter sido regulamentado: o imposto sobre grandes fortunas. Em outra frente, há a Reforma Tributária, que é discutida há anos pelo Congresso Nacional, mas que não avança por causa das divergências. Enquanto isso, o Brasil ocupa o segundo lugar no raking dos países onde mais existe sonegação no mundo, perdendo só para a Rússia, segundo pesquisa da organização internacional independente Rede de Justiça Tributária (Tax Justice Network).

fonte: Rádio Câmara,por Ginny Morais

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