
Segundo os deputados federais Carlos Marum (PMDB-MS), presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência, e Júlio Lopes (PP-RJ), que também integra a comissão, as informações divulgadas pela Anfip, que alega não haver déficit na Previdência, estariam dificultado a tramitação da proposta de reforma.
Frente à tentativa de amordaçar a entidade dos auditores fiscais, que há cerca de 20 anos fiscaliza as contas das seguridade social, recebeu o apoio de dezenas de organizações, sindicatos e associações, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público (Frentas), a CUT, dentre outras.
Para o presidente da Anfip, Vilson Antonio Romero, o governo Temer faz o "antimarketing" da Previdência, uma espécie de terrorismo para justificar a reforma. Ele contesta ainda os elevados gastos publicitários realizados pelo governo Temer, com outdoors em aeroportos e comerciais de TV em horário nobre, para convencer o público a aceitar prejuízos contra si mesmos e garantir benefícios os setores financeiros aliados.
"Um dos grandes interessados nessas mudanças da Previdência, com dificuldade de obter benefícios e achatamento do teto, são efetivamente os grandes conglomerados financeiros que, só no ano passado, tiveram crescimento no sistema de previdência complementar de mais de 20%. A cobiça do mercado, de fato, está em cima dessa nossa grande estrutura de proteção social, que movimenta meio trilhão de reais ao ano", afirma Vilson, em entrevista à Rádio Brasil Atual na manhã desta quarta-feira (1°).
Para afirmar que o alegado déficit é uma "falácia", a Anfip explica que os gastos com a Previdência fazem parte do orçamento da chamada seguridade social, composta ainda pela saúde e pela assistência social. Já as receitas que atendem às despesas da Seguridade Social vão muito além das contribuições de trabalhadores e empregadores. Fazem parte também a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), PIS/Pasep, além de parte da arrecadação com loterias federais.
Segundo dados extraídos das contas do próprio governo federal, em 2015, por exemplo, foram arrecadados R$ 700 bilhões, e foram gastos R$ 688 bilhões com a Seguridade Social, registrando, portanto, superávit de R$ 12 bilhões. Para 2016, ainda não há números consolidados, mas levantamentos prévios da Anfip também apontam superávit.
RBA
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