São Paulo – O Brasil se aproximou nesta sexta-feira (27) de 270 mil casos de covid-19 em 24 horas. É o terceiro recorde seguido, em função da variante ômicron. Assim, a média móvel de diagnósticos avançou para 183.289 casos por dia na semana, maior índice registrado desde o início da pandemia no país, em março de 2020. Os registros oficiais de óbitos saltaram para 799 em um dia, maior número em cinco meses. E desse modo a média móvel diária de óbitos também subiu para 474 nos últimos sete dias, a maior desde outubro. Ao todo, o país se aproxima de 626 mil mortes pela covid-19 e ultrapassou a marca dos 25 milhões de casos. Os dados são do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
Números de casos e mortes pela covid-19 no Brasil. Fonte: Conass
O Instituto de Métricas em Saúde (IHME) da Universidade de Washington alertou na semana passada para o aumento do número de óbitos. O órgão estimou que Brasil deve atingir a marca de 1.200 mortes oficialmente registradas na próxima sexta (4).
Nesse sentido, o aumento abrupto do número de casos aumenta a pressão sobre os sistemas de saúde. O coordenador-executivo do Comitê Científico de Combate à Covid-19 do Estado de São Paulo, João Gabbardo, prevê que o pico de internações deve ocorrer em até três semanas. Por outro lado, ele disse à CNN que espera uma situação “mais tranquila” em março.
Atualmente, São Paulo conta com 5 mil leitos de UTI para pacientes de covid em todo o estado. No SUS, são 3.770 leitos. Destes, 70,5% já estão ocupados, com aumento de 17% nos últimos sete dias, de acordo com a plataforma Info Tracker (USP/Unesp).
Vacina e mais
Para o microbiologista e divulgador científico Átila Iamarino, é preciso avançar na vacinação para conter a atual alta de casos e de óbitos. Contudo, conter uma doença tão séria quanto a covid-19 “depende de muita ação conjunta”. Ele criticou, por exemplo, a falta de uma “campanha massiva” para as pessoas que estão com doses de vacinação em atraso.
Além disso, de acordo com o especialista, apenas as vacinas não são capazes de conter a transmissão da doença. Ele afirmou que os imunizantes nem sequer foram desenvolvidos com esse objetivo, mas, sim, para evitar os casos graves da doença.
Espantado com os recordes diários de novos casos, ele diz não saber como “ainda não batemos no teto de testes”. “O caminho imediato mais direto é ter crianças vacinadas e todo adulto na terceira dose e educado a usar máscara direito (PFF2), tuitou Átila. “Quanto mais minimizarmos o que o vírus pode causar, mais ‘normal’ será o ‘novo normal’.”
Fonte: RBA
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