terça-feira, 15 de maio de 2018

“Querem envenenar ainda mais nossa população”, afirma Padre Pedro


Proposta que facilita a comercialização de agrotóxicos

Deputado Padre Pedro Baldissera
FOTO: Eduardo G. de Oliveira/Agência AL
O deputado Padre Pedro Baldissera (PT) manifestou indignação com a nova investida da bancada ruralista, em conjunto com multinacionais do setor, que pretendem aprovar na Câmara o projeto de lei 6299/02, que entre outros abusos muda o termo "agrotóxico" para "produto fitossanitário". Na última terça-feira, os deputados federais fizeram nova tentativa para votar em Comissão Especial o relatório do deputado Luiz Nishimori (PR/PR), favorável ao projeto.
“Não vamos aceitar esse absurdo e já estamos mobilizando pesquisadores e entidades de Santa Catarina para que se manifestem. Na prática ele afrouxa no Brasil a venda de agrotóxicos já banidos em outros países, conhecidos por causar câncer, distúrbios hormonais e defeitos em fetos”, explica o parlamentar. “Vamos seguir mobilizados contra este crime e pedimos o apoio da nossa população, que já é vítima de um modelo agrícola que se tornou o maior consumidor mundial de agrotóxicos”, complementou Padre Pedro.
Anvisa e Fiocruz já se manifestaram contra a proposta, por flexibilizar o controle do uso de agrotóxicos no país. A Anvisa também publicou nota afirmando que “o projeto de lei não contribui com a melhoria e disponibilidade de alimentos mais seguros ou novas tecnologias para o agricultor nem mesmo com o fortalecimento do sistema regulatório de agrotóxicos, não atendendo, dessa forma, a quem deveria ser o foco da legislação: a população brasileira.”
Conforme Padre Pedro, a proposta distancia o País de avanços na produção de alimentos, já que no mundo o grande debate atualmente é a busca por uma agricultura que integre respeito à saúde e ao meio ambiente e a produção. “Como está, o projeto incentiva que o País utilize mais e mais agrotóxicos. A responsabilidade pela ampliação das mortes causadas pelo uso do veneno está nas mãos destes deputados e deputadas”, disse o parlamentar.
A Fiocruz afirmou que “ao alterar a lei, o projeto negligencia a saúde e a proteção à vida, representando um retrocesso que põe em risco a população, em especial grupos populacionais vulnerabilizados como mulheres grávidas, crianças e os trabalhadores envolvidos em atividades produtivas que dependem da produção ou uso desses biocidas.”

fonte: Alesc

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