Professor Saulo Güths,
do Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC
Depois de aprovado em testes de bancada e em experimentos com animais no Hospital de Clínicas, de Porto Alegre (RS), o protótipo de ventilador pulmonar criado pelo professor Saulo Güths, do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), também superou os ensaios com simulação de condições humanas realizados no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O professor agora acelera a busca por uma empresa habilitada junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a produção do aparelho.
O projeto conta com apoio da Fundação de Amparo e Extensão Universitária (Fapeu), inclusive com aporte de recursos pelo Núcleo de Análise Gerencial e Fiscal (Nagefi), área da Fapeu que presta serviços de assessoria, consultoria tributária, auditoria fiscal por meio de uma equipe técnica própria e de consultores associados. “A Fapeu é importante pois, além de gerenciar um projeto semelhante que foi um suporte para o desenvolvimento atual, está auxiliando na realização destes atuais ensaios”, observa o professor.
Reunião
Os testes no Hospital Sírio-Libanês foram realizados no final da semana passada. “No modo Volume Controlado, que é o principal no caso da Covid-19, quando o paciente está sedado, tiramos nota 10. Em um dos modos assistidos, da fase de recuperação, quando a sedação é reduzida, detectamos a necessidade de um pequeno ajuste, mas apenas de software e que já estamos solucionando”, relatou o professor.
Na ida a São Paulo, o professor Saulo também reuniu-se com representantes de uma empresa paulista, que está avaliando a possibilidade de fabricação em série do aparelho. “Mas, paralelamente, estamos em contato com outras empresas para tentar colocar em produção o mais rápido possível”, contou Güths. A empresa interessada precisa ter habilitação nível 3 da Anvisa, que permite a fabricação de aparelhos para tratamentos de alto risco.
Baixo custo
O equipamento é de baixo custo, com peças nacionais, e servirá para suporte à vida em UTIs, não apenas para casos de emergência. “O objetivo é ter um equipamento que consiga competir com os de R$ 170 mil que estão comercializando nesse momento. Necessitamos ainda alguns ajustes, o que pode resultar num valor um pouco maior que o almejado inicialmente, que era R$ 1 mil, R$ 1,5 mil. Mas mesmo assim terá um custo imensamente menor que os similares encontrados hoje”, compara o professor. “É claro que entrando uma empresa com fins comerciais, ela também vai colocar a questão de, não só o lucro, mas a responsabilidade, assistência, impostos, tudo isso faz aumentar o valor, mas não vai chegar aos pés de um valor atual de mercado, sem dúvida nenhuma”, acrescenta o docente.
A criação do protótipo começou em março na casa do professor, com ajuda do filho Eduardo Larsen Güths, aluno de Engenharia Mecânica da UFSC. Em abril, o equipamento foi levado ao Hospital de Clínicas para o teste de bancada. “Como fomos bem, no dia seguinte fizemos teste em animal, em uma ovelha. E fomos aprovados. A equipe do hospital ficou bastante animada com os resultados”, lembra o professor. Além do filho, o pesquisador ainda contou com a ajuda de outras pessoas, como o professor do IFSC, Marcelo Vandressen, que passou algumas dicas e um sensor, e de Carlos Moura, dono de uma oficina mecânica que repassou um bico injetor.
Fonte: Ufsc.br
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