O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sugeriu durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (26) que as pessoas “deem um tempo na roda de chimarrão”. A sinalização ocorreu após a confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil, também na coletiva.
O motivo da recomendação é que a doença é transmitida a partir de gotículas que saem da boca das pessoas contaminadas. Como tradicionalmente as pessoas compartilham o chimarrão e as gotículas podem ficar na bomba da bebida, a ocasião se torna propícia para a transmissão do coronavírus e outras infecções respiratórias.
A infectologista Lessandra Michelin, diretora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), lembra que não apenas a roda de chimarrão pode ser um fator de transmissão de vírus: tomar caipirinha no mesmo copo ou beber água de coco compartilhando canudo também entram nessa lista.
— Não é só o chimarrão. É o mesmo risco de quem foi para o Carnaval e beijou muito. Se deve parar? O mais importante é estar consciente de que esse hábito pode ser arriscado em uma época de risco. Isso acontece com qualquer compartilhamento — justifica.
Mandetta fez a mesma orientação em relação ao tereré, bebida consumida tradicionalmente em Estados como o Mato Grosso do Sul, o Mato Grosso e o Paraná. O tereré também envolve infusão de erva-mate e uso de bomba para a sucção, mas é bebido frio.
O caso confirmado na doença no Brasil foi registrado em um homem de 61 anos, morador de São Paulo, que esteve na Itália entre 9 e 21 de fevereiro. O paciente começou a apresentar sintomas no domingo (23) e procurou atendimento médico na segunda-feira (24), dia em que o governo federal incluiu o país europeu na lista de locais de origem de pessoas com potencial para estarem infectadas. Há outros 20 casos suspeitos no país.
Fonte: GaúchaZH
Foto: Imagem ilustrativa | Pixabay
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