O deputado Padre Pedro Baldissera afirmou, nesta quarta-feira (8), no plenário da Assembleia Legislativa, que falta aos homens assumir a responsabilidade pelo grave quadro de violência doméstica e desigualdade de gênero. O parlamentar preside a Frente dos Homens pelo Fim da Violência Contra a Mulher e também defendeu ações de promoção da igualdade no ensino fundamental e médio, dirigidas aos meninos e meninas.
“Quem promove a violência somos nós, homens. Quem deve tomar consciência de dar um basta a isso somos nós. Mas a questão é que o machismo começa antes, na própria formação, e por isso agir junto às crianças e adolescentes é tão importante”, disse Padre Pedro.
O parlamentar destacou a greve internacional de mulheres, neste 8 de março, e o protagonismo das mulheres na luta contra a violência, por direitos e por igualdade. Padre Pedro lembrou ainda que a violência contra a mulher não é só física, é também psicológica, financeira e, agora, também é uma violência de Estado. “Estas reformas, trabalhista e da previdência, atingem fortemente a vida das mulheres. Mesmo se dedicando da mesma maneira que os homens aos empregos fora de casa, as mulheres na realidade trabalham quase o dobro, quando se leva em conta a jornada doméstica, e pela nova proposta terão mesmas regras. A mulher trabalhadora rural trabalhará 10 anos mais. É muito grave”, afirmou.
Violência
O aumento dos registros de violência doméstica e estupros em Santa Catarina também foi alvo do parlamentar. Segundo dados apresentados por Padre Pedro, três mulheres são vitimas de estupro por dia em SC. O crime que mais aumentou no ano passado em relação a 2015. “E muitas vítimas não registram queixa, como acontece em vários outros crimes, como agressões e coerção. Precisamos tirar estas situações de violência da naturalidade e expor a agressão que significa cada forma de violência contra a mulher”, defendeu Padre Pedro.
Ampliação da Frente contra a Violência
A Frente dos Homens pelo Fim da Violência, criada pelo deputado em SC no ano de 2013, já tem a adesão de várias Câmaras Municipais de Vereadores, no entanto, Padre Pedro acredita que é possível ampliar a atuação, e garantir que mais homens, nos municípios, se engajem à luta e à denúncia contra a violência de gênero. “O fato de não termos em Santa Catarina um sistema integrado de informações, de não termos os equipamentos sociais necessários para prevenção, promoção e de assistência às mulheres vítimas de violência, nos faz refletir sobre o quanto ainda temos a avançar e construir. Mas a participação dos homens neste processo é fundamental, porque a violência parte deles. É nossa responsabilidade”, concluiu.
Assessoria de Imprensa
Nenhum comentário:
Postar um comentário