Morreu na madrugada do domingo (23), Angelo Spricigo. Ele havia completado 105 anos de idade em abril. Sua morte ocorre paralelo à negociação burocrática para registrar o Museu de Máquinas de Costura no Guiness. Ele ficou internado na UTI por cerca de uma semana.
Natural de Urussanga, mas morador de Concórdia por quase toda a vida, Ângelo Spricigo, de 105 anos, teve complicações nos últimos dias e precisou ser levado ao Hospital São Francisco, ficou uma semana internado, mas acabou não resistindo. Ângelo deixa nove filhos.
Um das pessoas mais velhas da região, Spricigo era reconhecido principalmente por seu museu de máquinas de costuma, o maior deste tipo da América Latina, localizado na Rua Romano Anselmo Fontana, centro de Concórdia. Ele havia completado 105 anos no dia 24 de abril.
O Museu Ângelo Spricigo possui cerca de 1800 máquinas de mais de 200 marcas diferentes e foi criado para homenagear a esposa Maria. Neste ano, foi lançada uma campanha para levar a instituição para o Guiness Book, o Livro dos Recordes.
História
Ele nasceu em 24 de abril de 1915, na cidade catarinense de Urussanga, na região carbonífera, no sul do Estado de Santa Catarina. Era o oitavo filho dos imigrantes italianos Giogio e Joana Spricigo. Passou sua infância e adolescência como qualquer outra criança que viveu em sua época, com dificuldades para estudar, ajudando os pais nas lides da casa e trabalhando na roça.
A família Spricigo mudou-se para a sede do distrito de Nova Veneza, no município de Criciúma. Com a idade de dezenove anos, conheceu e se enamorou por Maria de Oliveira. Quando conheceu Angelo ela lecionava como professora no curso primário em Nova Veneza. Os dois de casaram em 29 de julho de 1935, em Nova Veneza.
Angelo, que até então trabalhara na agricultura, adotou a profissão de sapateiro, abrindo uma pequena sapataria e tendo que trabalhar muito para poder dar o sustento a família, uma vez que, depois de casado, deixara a casa dos pais e formou seu próprio lar, junto com a esposa. Os três primeiros filhos nasceram e 1936, 1937 e 1938.
Em 1941, depois de ter feito na sede do município, um curso de preparação para melhor exercer o magistério, Dona Maria vendo a dificuldade de trabalhar e criar os filhos deixou de lecionar. Foi quando Angelo tomou a resolução de se transferir para Sangão, próximo de Criciúma. Nesta época nasceram três filhos.
No início da década de 40, os pais e irmãos dele mudaram para Concórdia. Em 1944, ele veio até Concórdia para visitar a família. Foi aí que decidiu morar na capital do trabalho. A mudança ocorreu em 1945. Pouco tempo depois de chegar adquiriu um terreno com uma casa de madeira, à Rua do Comércio, esquina com a Mal. Floriano Peixoto, atual Rua Romano Ancelmo Fontana. Nesta casa passou a residir e continuou na profissão que já exercia, de sapateiro, trabalhando neste mister por mais alguns anos.
Em Concórdia nasceram mais três filhos que, com os seis nascidos no município de Criciúma, totalizaram nove. Os filhos de Angelo e Dona Maria são: -Leonides, comerciante, casado com Ivani, tem 2 filhos e 2 netos, residem em Concórdia; -Eni, casada com Jaci Giotto, tem 3 filhos e 2 netos, residem em Concórdia; Ilsa, casada com José Sabem, tem 3 filhos e 4 netos, residem em Concórdia; -Antonio, primeiro filho nascido na localidade de Sagão, faleceu com poucos dias; – José, engenheiro civil,casado com Maria Adilis, tem 3 filhos e 2 netos, residem em Florianópolis; -Evaldo, veterinário e, mais tarde, formou-se em direito, exercendo a profissão de advogado na cidade de Caxias do Sul, RS, onde reside com sua esposa Miriam e 3 filhos; -Aldo, engenheiro mecânico, casado com Juni, tem 3 filhos e residem em Chapecó, SC; -Paulo Valentim, era solteiro e faleceu jovem; – Renato, engenheiro mecânico casado com Jussara, tem 2 filhas e residem em Florianópolis, SC. O casal Spricigo teve 19 netos e 10 bisnetos.
Em 1951, Angelo Spricigo deixou de trabalhar como sapateiro e passou a se interessar por construção, adotando a profissão de pedreiro. No ano de 1972, Angelo Spricigo começou a ter problemas muito sérios de visão. Em janeiro de 1990 foi inaugurada a sede do Clube dos Veteranos de Concórdia. Desde a inauguração e fundação do clube ele é o Presidente.
Desde sua chegada a Concórdia, Spricigo procurou se entrosar na comunidade. Foi associado ao Clube Aliança até o ano de 1966, quando este clube foi sucedido pelo Clube 29 de Julho, tornando-se um dos fundadores e sócios deste clube. Também é associado ao Clube dos Motoristas. Gostava de dançar nos bailes dos clubes, nas comunidades do interior do município, onde participava juntamente com sua esposa.
Angelo e Dona Maria, católicos praticantes freqüentavam as cerimônias da Igreja Católica todos os domingos e encaminharam os filhos neste sentido. Na construção da Nova Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, colaboraram com doações e a participação nas festas promovidas pela Paróquia.
Spricigo foi homenageado pelo Rotary Clube de Concórdia com o título de “Amigo desta Terra” e em 1984 foi agraciado pelo Poder Legislativo de Concórdia com a Comenda do Mérito Cinqüentenário.
No ano de 1997, Angelo Spricigo e seus filhos passaram por momentos muito tristes com o falecimento de Dona Maria, que em vida sempre foi uma grande companheira e carinhosa mãe. O Museu, com as máquinas, foi fundado em 2013, e até hoje recebe inúmeras visitas.
Fonte: Rádio Tangará
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