Instituto Butantan e Fiocruz receberam insumos para
retomar produção de vacinas no país - Nelson Almeida / AFP
Cerca de 3 mil litros de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) chegaram nesta terça-feira (25), por volta das 17h30, do laboratório chinês Sinovac ao Instituto Butantan, em São Paulo, para a produção da vacina CoronaVac. A quantidade será suficiente para produzir 5 milhões de doses em aproximadamente 20 dias após a chegada do carregamento. O Butantan espera receber mais 15 mil litros de insumos nas próximas semanas.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também recebeu insumos da China, onde é produzido pelo laboratório Wuxi Biologics, no último sábado (22), e retomou a produção do imunizante fabricado em parceria com a Universidade de Oxford e o laboratório britânico AstraZeneca, também nesta terça-feira (25). A quantidade de IFA recebido garante 12 milhões de doses até a terceira semana de julho.
Os atrasos no recebimento de insumo fez que tanto Fiocruz quanto o Instituto Butantan paralisassem a produção de imunizante nos dias 20 e 14 de maio, respectivamente.
Anteriormente, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o diretor do Butantan, Dimas Covas, relacionaram o atraso do recebimento do IFA à falta de alinhamento do governo de Jair Bolsonaro, e não à produção do insumo. No início do mês, Bolsonaro relacionou o novo coronavírus, que surgiu primeiramente em Wuhan, na China, a uma possível “guerra bacteriológica”.
"É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou nasceu por algum ser humano ingerir um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem o que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra? Qual o país que mais cresceu o seu PIB? Não vou dizer para vocês", declarou o presidente.
Com a suspensão da produção maior da CoronaVac, a quantidade de doses aplicadas do imunizante da Fiocruz ultrapassou a quantidade das doses administradas do Instituto Butantan nos primeiros 24 dias de maio. A cada 10 doses aplicadas, sete foram da AstraZeneca. Ainda assim, a CoronaVac continua a ser a vacina mais aplicada no Brasil (65,6%).
Variante indiana
Por falar em AstraZeneca, um estudo da Agência Pública de Saúde da Inglaterra (PHE) divulgado neste sábado (22) mostrou que o imunizante é eficaz contra a variante indiana do novo coronavírus, bem como a vacina produzida entre a farmacêutica estadunidense Pfizer e o laboratório alemão BioNTech.
De acordo com a pesquisa, realizada entre 5 de abril e 16 de maio, a AstraZeneca apresentou uma eficácia de 60% contra a indiana duas semanas após a segunda dose, e a Pfizer, de 88%, no mesmo período. Após três semanas somente da primeira dose, a eficácia cai para 33% com ambos imunizantes.
Fonte: Brasil de Fato
Nenhum comentário:
Postar um comentário