Padre Pedro lembra que tráfico de pessoas também é grave em SC
Deputado destacou que tema da Campanha da Fraternidade (CF) 2014 faz milhares de
vítimas no Brasil e em Santa Catarina. Lançamento da CF aconteceu nesta quarta-feira.
O tema do tráfico de seres humanos, que mobiliza a Campanha da Fraternidade (CF) 2014, faz mais de 2,5 milhões de vítimas anualmente no Brasil, centenas em Santa Catarina. O dado foi citado pelo deputado Padre Pedro Baldissera (PT), que lembrou o lançamento oficial da CF nesta quarta-feira (5), no Plenário da Assembleia Legislativa, em Florianópolis. Uma sessão solene alusiva à Campanha acontece no próximo dia 17 de março, às 19h, no Plenário Deputado Osni Regis.
Padre Pedro recuperou o histórico da CF, lembrando das motivações sociais que dominaram as campanhas a partir da década de 70. “A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) – promotora da CF – iniciou a partir daí uma sequencia de campanhas que buscava, na sociedade, o debate sobre questões graves como a exploração infantil, os direitos da mulher, a pobreza, e assim por diante”, destacou.
Conforme Padre Pedro, o primeiro passo da campanha da Fraternidade é o alerta para a sociedade tomar consciência em relação à questão. O tema então é analisado e refletido nas comunidades, nas missas, e então a partir daí a organização parte para a ação efetiva. E é ai que a Igreja quer envolver toda sociedade neste debate.
“Há diversas dimensões do tráfico de pessoas, seja a mais comum, que é o trabalho escravo, até o próprio comércio de órgãos. E isso atinge o Brasil e Santa Catarina”, destacou o parlamentar, lembrando dos diversos casos em que trabalhadores foram libertados, no interior do Estado, em situação de escravidão. A prostituição e o comércio de crianças, desde a adoção ilegal até para doação de órgãos, são outras questões consideradas graves pelo parlamentar.
Padre Pedro lembrou ainda que cerca de seis pessoas desaparecem diariamente em Santa Catarina, muitas delas crianças. “Nós temos, neste caso, uma situação que se soma ao trabalho escravo. É uma realidade que atinge nosso Estado em cheio, e que não está distante de nós. Por isso este tema da campanha precisa ser debatido com seriedade pela sociedade catarinense”, disse o deputado.
Dados
Estima-se em mais de 20,9 milhões o número de pessoas atingidas pelo tráfico humano ou pela escravidão. A exploração pelo trabalho representa 78% e a exploração sexual 22%. Cerca de 74% das vítimas são adultos e 26%, crianças; 55% são mulheres, 45% homens; em 44% dos casos, essa exploração se dá no decorrer de uma migração, seja dentro do próprio país (15%) seja para fora do país (29%).
Todos os anos cerca de 140 mil mulheres são traficadas e exploradas sexualmente em países da Europa. Entre elas, 13% são sul-americanas. A Espanha é um dos principais destinos, seguida de Itália, Portugal, França, Holanda, Alemanha, Áustria e Suíça.
Dentro do Brasil, uma pesquisa identificou 241 rotas de tráfico para fins de exploração sexual. Segundo a OIM (Organização Internacional para Migrações), o tráfico de pessoas e o contrabando de migrantes estão crescendo na América Latina em função do boom da demanda e da tendência em importar trabalho barato em condições precárias.
A fiscalização do Ministério do Trabalho já resgatou mais de 38.000 trabalhadores, principalmente no campo: no roço de pasto, na produção de carvão vegetal ou em grandes lavouras.
Campanha de 2014
A CF de 2014, com o tema Fraternidade e Tráfico Humano e o lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou”, foi lançada oficialmente em uma solenidade às 14h, na sede da CNBB, em Brasília. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Marcello Lavenère e a secretária executiva do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), pastora Romi Márcia Bencke, participaram da solenidade.
“O que a CF alerta, sistematicamente, é para a fragilidade da vida. E neste ano, com o tema do tráfico humano, nós estamos falando de mais de 20 milhões de pessoas, no mundo todo, sendo escravizadas de alguma forma em nome do lucro de outras pessoas, inescrupulosas. É o ser humano agindo de forma a escravizar outros seres humanos”, afirmou.
fonte:Assessoria de Imprensa
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