Uma pesquisa feita ao longo dos últimos 30 anos por especialistas da FGV (Fundação Getúlio Vargas) indica que o Brasil passa pela maior crise no mercado de trabalho das últimas décadas. A partir desta análise, o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, afirma, em entrevista a Rádio Brasil Atual, que vivemos uma situação em que o desemprego é um problema estrutural da sociedade. Ou seja, muitas pessoas se mantém desempregadas por semanas, meses e até anos, o que prejudica a renda familiar e a economia como um todo.
"O desemprego gera a perda de salário, a perda de salário gera queda no consumo das pessoas e das famílias, a queda no consumo desanima a produção econômica; portanto as empresas diminuem sua produção, porque não tem consumo, e isso gera um circuito destrutivo na economia, onde se destrói a atividade produtiva e se destrói empregos”. A análise feita por Ganz Lúcio tem como base um estudo dos pesquisadores Bruno Ottoni e Tiago Barreira, da FGV, que foi feito a partir de dados sobre o desenvolvimento da economia e seu impacto na dinâmica de empregos.
“Isso inclui uma situação de grave desemprego que nós observamos com os mais de 14 milhões de pessoas desempregadas. Tem outro contingente, de mais 10 a 12 milhões de pessoas, que estão ocupadas em situações muitas vezes extremamente precárias, muitas delas fazendo somente um ‘bico’, que é uma atividade extremamente precária, temporária, pra ter algum tipo de rendimento.”
Ganz Lúcio ainda aponta que a crise política agrava as possibilidade de saída para os problemas econômicos. Assim, ele indica que, neste momento, a única saída para superação da crise econômica, voltando a ter um crescimento significativo neste setor, é conseguir superar a crise política.
Brasil de Fato
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