Uma reportagem veiculada nessa semana no jornal Diário Catarinense, surpreendeu os moradores de Tangará, sendo que a matéria apontou que o município é o quinto em recuperação da Mata Atlântica.
Segundo a matéria dos 10 municípios que mais contribuíram para a regeneração da Mata Atlântica em Santa Catarina nos últimos 30 anos, oito são das regiões Oeste e do Meio-Oeste. Segundo a Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Concórdia foi a cidade que apresentou mais áreas restauradas no período avaliado, num total de 971 hectares, seguido da de Campos Novos (711 hectares), Lebon Régis (642 hectares), Dionísio Cerqueira (538 hectares) e Tangará (458 hectares).
Completam a lista os municípios de Chapecó, Irani, Herval d'Oeste, Itaiópolis e Caçador. Juntas, as 10 cidades recuperaram uma área superior ao território de Balneário Camboriú, no litoral norte catarinense. Os dados fazem parte do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, que monitora a distribuição espacial do bioma, e foram divulgados nesta segunda-feira.
O estudo identificou a regeneração de 24.964 hectares, ou o equivalente a 249,64 quilômetros quadrados, entre 1985 e 2015 em Santa Catarina. A área é equivalente a um pouco menos do que todo o território de Ilhota, no Vale do Itajaí, e pouco mais da metade da Ilha de Santa Catarina.
O estudo analisa principalmente a regeneração sobre formações florestais que se apresentam em estágio inicial de vegetação nativa, ou áreas usadas anteriormente para pastagem e que hoje estão em estágio avançado de regeneração.
O processo se deve tanto a causas naturais quanto induzidas por meio do plantio de mudas de árvores nativas. A Mata Atlântica cobria originalmente 100% da área de Santa Catarina, pouco mais de 9,57 milhões de hectares. Hoje, restam apenas 2.212.225 milhões de hectares do bioma, que são 23,1% do total.
Dos 295 municípios catarinenses, todos têm ocorrência da Mata Atlântica. Nos últimos 30 anos, houve uma redução de 83% do desmatamento do bioma. Segundo a diretora-executiva da Fundação SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota, sete dos 17 Estados da Mata Atlântica já apresentam nível de desmatamento zero. Santa Catarina é um Estado que desde 2010 vem reduzindo as taxas de desmatamento.
Agora, o desafio é preservar o que resta e recuperar e restaurar as florestas nativas que perdemos. Embora o levantamento atual não assinale as causas da regeneração, ou seja, se ocorreu de forma natural ou se decorre de iniciativas de restauração florestal, é um bom indicativo de que estamos no caminho certo – afirma Marcia.
Fonte: Diário Catarinense
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