Os primeiros dois casos de transmissão local em Santa Catarina da variante brasileira do coronavírus, identificada originalmente em Manaus, foram confirmados nesta quinta-feira (4) pela Diretoria Estadual de Vigilância Epidemiológica (Dive). Os pacientes são de Joinville, no Norte catarinense, e Camboriú, no Litoral Norte. O estado tem outros oito casos de pessoas que se infectaram fora do território catarinense.
O morador de Camboriú tem 39 anos e o de Joinville, 68. Nenhum deles precisou ficar internado por causa da Covid-19.
Após investigações feitas pelas equipes de Vigilância em Saúde das secretarias municipais, chegou-se à conclusão que eles não tinham registro de viagens nos últimos 30 dias para outras partes do país com transmissão comunitária reconhecida. Isso caracterizou a transmissão local dentro de Santa Catarina.
A suspeita dos dois casos foi levantada pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/SC) na terça (2). As amostras foram enviadas para o laboratório de referência nacional para Santa Catarina, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Rio de Janeiro. Nesse local foi feito o sequenciamento genético e identificada a variante P.1.
Casos suspeitos em investigação
O laboratório da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) notificou a Secretaria de Estado da Saúde e Secretaria de Saúde de Florianópolis na segunda-feira (1º) sobre a identificação de outros três casos autóctones (contraídos no próprio estado) da variante P.1. As amostras suspeitas devem ser analisadas pela Fundação Oswaldo Cruz.
A Secretaria de Saúde de Florianópolis investigou os casos e informou que os pacientes não têm histórico de viagem para outras regiões nos últimos 30 dias, segundo a Dive. Dessa forma, caso a variante seja confirmada, pode haver mais casos de transmissão local em Santa Catarina.
Na região Sul do país, a transmissão comunitária da variante brasileira foi confirmada também na capital gaúcha essa semana. Em fevereiro, São Paulo também já havia confirmado casos de transmissão comunitária.
Oito casos com infecção fora de SC
Antes desta quinta, os casos da variante brasileira mais recentes em Santa Catarina foram divulgados no sábado (27). Já a primeira confirmação foi feita em 11 de fevereiro. Em todos esses oito casos, os pacientes foram infectados fora do território catarinense. São eles:
um homem de 48 anos morador de Manaus - caso identificado em Florianópolis;
uma mulher de 40 anos moradora de Manaus - caso identificado em Florianópolis;
uma mulher de 42 anos moradora de Manaus - caso identificado em Florianópolis;
uma mulher, de 54 anos, moradora de Humaitá/AM - identificado em Rio do Sul;
um homem, de 71 anos - identificado em Joinville;
um homem, de 55 anos, morador de Joinville e caso identificado na mesma cidade;
um homem, de 69 anos; e uma mulher, de 64 anos; ambos moradores do Amazonas, identificados em Florianópolis.
O que significa uma nova variante?
Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive), a presença de mutações é um processo natural na biologia dos vírus. No entanto, algumas delas podem gerar diferenças dentro de um grupo genético que são denominadas variantes. Elas podem representar um impacto na saúde pública caso apresentem um potencial de maior transmissibilidade ou gravidade da doença.
Desde a identificação inicial do vírus SARS-CoV-2, o vírus sofreu inúmeras mutações. A variante mais recente é denominada P.1, linhagem B.1.1.28. Ela foi descoberta em dezembro de 2020, quando o Japão a identificou um grupo de viajantes brasileiros.
Fonte: G1 SC
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