Enquanto nos protegemos contra a maldade do vírus assassino que atormenta toda a humanidade, voltemos nosso olhar para os acontecimentos que registraram a veracidade da ressurreição do Senhor. Jesus nos garante a vida em plenitude quando tivermos terminado a nossa missão nesse mundo. Portanto, cabe a Deus definir e não a nós.
Temos Jesus Cristo presente nas nossas celebrações e nas nossas igrejas que, com respeito e adoração guarda o Santíssimo.
Dessa vez, Jesus aparece aos seus quando, voltaram para suas lidas, desanimados. Pescando a note toda e nada apanharam, até parece que perderam o jeito, a noite toda pescando e nada apanharam, ai Jesus ressuscitado aparece, faz apanhar quantidade que as redes se rompiam de tantos peixes. (Jo 21,1-14).
Dentro da veracidade da presença de Jesus na vida dos cristãos, o emérito Papa Bento XIX, em teologia da liturgia nos afirma: “Ninguém diga agora que a Eucaristia deva ser comida e não contemplada. Ela não é, absolutamente, um “pão comum”, como sublinhavam repetidamente as tradições mais antigas. Comê-lo, pois, dissemos há pouco – é um processo espiritual, que investe toda a realidade humana. Comê-lo significa adorá-lo. Comê-lo significa deixa-lo entrar em mim, de modo que o meu “eu” venha transformado e se abra para incorporar-se no grande “nós”, de modo que todos juntos nos tornemos “um” nele “ (Gl 3,28).
Por isso, a adoração não se contrapõe à comunhão, e nem sequer a deixa de lado, mas a comunhão alcança a sua profundidade apenas se é sustentada e envolvida pela adoração. Esta presença, na verdade, faz com que na igreja exista sempre a Eucaristia.
A igreja não se torna jamais um espaço morto, mas é sempre reavivada pela presença do Senhor que deriva da celebração eucarística. Introduz-nos nela e nos faz sempre participar da Eucaristia cósmica. Qual pessoa fiel não a experimentou? Uma igreja sem presença eucarística está, de qualquer modo, morta, mesmo se convida à oração. Uma igreja, ao invés, em que diante do tabernáculo brilha a luz perene está sempre viva, é sempre algo mais que um edifício de pedra; nela está sempre o Senhor que me espera, me chama, que tornar também a mim “eucarístico”. De tal modo, Ele me prepara para a Eucaristia, me coloca em movimento para o seu retorno.
A descoberta da Idade Média comportou perdas, mas, também, doou um maravilhoso aprofundamento espiritual; desdobrou a grandeza do mistério instituído no Cenáculo e desse modo o fez experimentar em uma nova plenitude. Quantos santos – propriamente, também, os santos do amor do próximo – foram nutridos e guiados ao encontro do Senhor por esta experiência! Não devemos perder essa riqueza. Para que a presença do Senhor nos toque de maneira concreta, o tabernáculo deve encontrar o lugar que lhe cabe também na estrutura arquitetônica da igreja” (CIC, p.84-85).
Essa é a nossa grande riqueza da fé e garantia da presença do Ressuscitado entre nós. Tenhamos o zelo de visitar o Senhor no Sacrário. Ele nos ajuda, sobretudo, nesse momento crucial da pandemia que assola a humanidade.
Nossa oração sincera diante do Sacrário, onde a hóstia consagrada está guardada é o grande espaço de silêncio, de adoração, de oração. Não profanemos o Santíssimo, ao entrar na igreja. Mantenhamos o silêncio, respeito necessário e não vamos com trajes de praia ou de lugares nada condizentes ao que o respeito exige pelo Senhor da vida e por aquelas pessoas que buscam, no interior da igreja o espaço digno para sua intimidade com Deus.
Cuidemos para que o lugar sagrado não seja profanado e muito menos desrespeitado. Se alguém não acredita, pelo menos respeita a pessoa que busca alimentar a fé no Deus vivo e verdadeiro, presente na igreja.
A força da fé, traz Jesus presente na nossa vida e nos ajuda nos momentos de angústias e de desconforto. Sobretudo no momento em que vivemos.
Rezemos pelos profissionais da saúde e por todas as pessoas que cuidam dos doentes.
Dom Severino Clasen
Bispo Diocesano de Caçador
Nenhum comentário:
Postar um comentário