O deputado Padre Pedro Baldissera destacou, no plenário da Assembleia Legislativa, na terça-feira (19), os debates da VIII Jornada Catarinense de Plantas Medicinais e Fitoterapia, cujo enfoque foi a relação entre conhecimentos científicos, saberes tradicionais e a implementação de políticas públicas no setor. O parlamentar parabenizou a atuação da Associação Catarinense de Plantas Medicinais e da Pastoral Saúde de Santa Catarina na organização do evento, que contou com a participação de mais de 400 estudantes, pesquisadores, representantes de movimentos, entidades e de projetos que atuam na área das práticas integrativas e complementares em saúde.
“Apesar do nosso desrespeito com a natureza, ela tem muito a nos ensinar. Os debates da VIII Jornada de Plantas Medicinais e Fitoterapia mostraram isso reunindo universidades, cientistas e representantes de organizações e movimentos do campo popular. E esse trabalho não se restringe à fitoterapia, mas a uma série de práticas integrativas já reconhecidas pelo SUS”, afirmou Padre Pedro.
Na avaliação de Padre Pedro, a VIII Jornada das Plantas Medicinais e Fitoterapia lança bases para este debate de um novo modelo de saúde, a partir de uma perspectiva que valoriza os saberes tradicionais, em consonância com estudos e pesquisas científicas. “A Jornada apresenta caminhos para o desafio de utilizar a natureza, de forma embasada e sustentável, em favor da saúde coletiva”, analisa o parlamentar.
Baixo investimento em prevenção
O parlamentar retomou a crítica ao modelo de saúde praticado majoritariamente no País, que despeja recursos no tratamento das doenças, mas não se preocupa com a prevenção e com a adoção de medidas que reduziriam custos e o sofrimento de milhares de pessoas. “É um modelo que não defende a vida, o bem estar das famílias e comunidades. Se continuarmos sem uma visão global da saúde, que começa no ar, na água, na alimentação, na mudança de hábitos cotidianos, e também com medidas amplas, como a redução da utilização de agrotóxicos, vamos gastar recursos sem salvar vidas”, criticou Padre Pedro.
Um dos exemplos citados pelo parlamentar é o alto índice de casos de câncer nos estados com maior consumo de agrotóxicos. “Os pesquisadores estão analisando estes dados e apontando a relação entre o consumo indiscriminado de agrotóxicos e o aumento dos casos de câncer. E o que nós vemos como resposta ao sofrimento de milhares de pessoas, é a discussão de um projeto que retira ainda mais os limites para comercialização e utilização de veneno no País”, analisa Padre Pedro. Em 2017 o Brasil gastou cerca de R$ 130 bilhões na área da saúde, que foram insuficientes para garantir o bem estar e o acesso da população aos serviços.
Assessoria de Comunicação
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