Após intensas mobilizações contra o reajuste das tarifas do transporte público, em que participaram mais de 250 mil pessoas pelo país, São Paulo e Rio de Janeiro revogam o aumento. Com isso, as passagens de ônibus, metrô e trem da capital paulista saem de R$ 3,20 e voltam a R$ 3. No Rio, o preço de R$ 2,95 retorna a R$ 2,75.
A decisão foi anunciada pelos prefeitos de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e do Rio, Eduardo Paes (PMDB), e pelo governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), na quarta-feira (19). O governador carioca Sérgio Cabral (PMDB) informou em nota a anulação de reajuste em trens, barcas e metrô. Os governantes de São Paulo afirmaram que a redução nas passagens implicará em cortes no orçamento de outros setores.
Outros municípios também reduziram a tarifa, como Cuiabá (MT), João Pessoa (PB), Manaus (AM), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE) e Vitória (ES).
Em entrevista à Rádio Brasil Atual, a filósofa e professora da USP, Marilena Chauí, comenta a precariedade dos trens, metrôs e ônibus de São Paulo. Ela defende as mobilizações pela redução da tarifa e diz que é preciso lutar contra o oligopólio das empresas de ônibus.
“No nível municipal, o transporte público está na mão de um oligopólio, são duas grandes empresas que têm praticamente o monopólio do transporte. São verdadeiras máfias – chegaram a assassinar sindicalistas -; os ônibus são velhos; a frota é defasada; e as linhas são absurdas, são linhas longas porque são elas que dão lucro. É preciso que o prefeito tome pé com relação a esses oligopólios dos empresários de ônibus.”
O Movimento Passe Livre (MPL), que deu início às manifestações em São Paulo, comemora a revogação do aumento e realiza um ato nas ruas nesta quinta-feira (20).
Fonte: Radioagência NP - Vivian Fernandes
Foto: Mídia Ninja
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