quinta-feira, 29 de maio de 2014

MOSTRA DO VINHO UNE SETOR E APONTA MOBILIZAÇÕES


Evento reuniu produtores de todas as regiões e resultou na formação de um grupo que organizará ações dirigidas à cadeia produtiva da uva A IV Mostra do Vinho Catarinense, que aconteceu na quarta-feira (28), na Assembleia Legislativa, reuniu agricultores, vitivinicultores, especialistas e representantes do setor, na divulgação da produção do Estado. Deputados estaduais, secretários municipais e vereadores também participaram das atividades. Além das três oficinas de degustação e do I Simpósio Desafios da Cadeia Vitivinícola em Santa Catarina, uma solenidade à noite marcou o Dia do Vinho (primeiro domingo de junho) com a abertura simbólica do primeiro barril de vinho produzido no Estado. A atividade foi seguida de degustação de vinhos catarinenses pelos mais de 200 participantes da Mostra. Um dos principais resultados da Mostra veio do Simpósio realizado durante a tarde, com a participação de lideranças do setor, produtores e especialistas. O debate resultou na formação de uma comissão que, a partir das pautas apresentadas no Simpósio, será encarregada de formar um calendário de ação com as principais demandas da vitivinicultura. “Temos diversas demandas sobre as quais precisamos agir, entre elas, proteger a produção dos agricultores familiares, diminuir impostos para o restante da cadeia produtiva, e investir em divulgação, na cultura do consumo responsável do vinho. E para tudo isso precisamos da união de todos os segmentos da cadeia produtiva”, afirmou o deputado Padre Pedro Baldissera, um dos organizadores da Mostra e autor do projeto que resultou no Dia do Vinho. O diretor executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Raimundo Paviani, apontou para a necessidade de criação de uma cultura de consumo responsável do vinho, que valorize a produção nacional. Paviani também destacou a necessidade de proteção da produção de vinhos coloniais e a luta por igualdade tributária. “Nós sofremos com a entrada de produtos importados com imposto mais baixo e também com o contrabando de vinhos, que não pagam qualquer imposto. Para todas estas questões o primeiro passo é unir a cadeia produtiva em torno de objetivos comuns”, observou. A sommeliére e consultora internacional de vinhos, Adriane Wiest, lembrou da importância de valorizar a produção vitivinícola catarinense e o gradativo aumento na qualidade do produto local. “Nós temos muitos exemplos positivos de vinhos que se destacam fora daqui, mas que não tem a valorização devida dentro do nosso Estado. Precisamos divulgar e valorizar esta produção”, avalia Adriane. Segundo ela, julgadores e consultores de outros países olham para Santa Catarina com interesse, o que mostra a evolução do Estado no setor vitivinícola. “Há 20 anos não se falava em vinho no Brasil, mas agora isso mudou. Precisamos mostrar que o vinho não é algo que envolve classe, ou esnobe, mas que é uma bebida para todas as horas e boa para a saúde”, complementa. O presidente da Cresol Tangará, Antônio Vian, reafirmou o papel da agricultura familiar na produção vitivinícola e de alimentos, e reforçou a importância da união da cadeia produtiva. “São os trabalhadores da agricultura que produzem a uva e que garantem alimento às cidades. Precisamos valorizar este setor e, ao mesmo tempo, colocar de lado disputas pontuais dentro da cadeia produtiva em nome do interesse de todos”, disse Vian. Produtores de diversas regiões A Mostra reuniu vitivinicultores de todas as regiões produtoras do Estado. A família de Naira Marx, de Iporã do Oeste, trabalha há 10 anos na produção vitivinícola e nos últimos anos investiu em aprimoramento. “Nosso principal produto é o vinho, mas já produzimos também suco e ampliamos aos poucos nossa estrutura. Podemos avançar, mas a questão tributária segue sendo significativa”, disse. Roberto Junges, de Serra Alta, reitera o protesto contra a carga tributária. “Enfrentamos a falta de fiscalização na produção e os produtos importados, que retiram nosso mercado com um custo baixo em razão dos impostos cujo valor é inferior ao nosso”, explica. Uma alternativa que várias cidades encontraram para ampliar a visibilidade do vinho é a realização de feiras que, além da bebida, incluem atrativos gastronômicos. Cedenir Carlos Novello, da prefeitura de Pinhalzinho, participou da Mostra para divulgar a 12ª Feira do Vinho, Queijo e Salame, que reúne produtores do município. “O que queremos é garantir um local de comercialização e de contato entre agricultores e vitivinicultores, e consumidores”, destaca.
 fonte:Assessoria de Imprensa

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