Uma ação rápida, precisa e de coragem realizada durante uma ocorrência há dois anos rendeu à bombeira militar Stefania Adaime Veit uma promoção por ato de bravura. O feito fez dela a primeira mulher da corporação a alcançar a façanha, oficializada neste mês. A solenidade de promoção ocorreu paralelamente à formatura do Curso Básico de Atendimento a Emergências (CBAE), no 9º Batalhão Bombeiro Militar, em Canoinhas. Stefania ainda receberá a medalha Cruz de Bravura e moção honrosa da Câmara de Vereadores de Canoinhas e da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina.
“Eu me sinto feliz e honrada por vivenciar esse momento de ser a primeira mulher promovida por ato de bravura. Ser bombeira, para mim, vai muito além de um emprego, é se doar ao próximo, mesmo se colocando em risco. É tornar o desejo de salvar vidas um instinto, que a gente aprende nos treinamentos e no dia a dia, quando somos expostos a situações de estresse”, declara a militar
O ato de bravura
Quando se deslocou para atendimento a uma ocorrência de parada cardiorrespiratória em Florianópolis, em maio de 2017, a então soldado Stefania não imaginava o papel que estava prestes a desempenhar. A equipe realizava o procedimento padrão para a situação quando a mãe da vítima, em estado de choque, sacou uma arma de fogo e ameaçou disparar contra os bombeiros. Familiares tentaram conter a mulher, mas sem sucesso. Foi quando Stefania percebeu o risco para todas as pessoas próximas e agiu rapidamente para imobilizar a senhora e desarmá-la.
“É muito gratificante ver que tudo que nós aprendemos contribuiu para que eu pudesse, com a ajuda dos meus colegas de guarnição, ter a frieza e a coragem necessárias para enfrentar aquela situação para ajudar ao próximo”, exalta Stefania, que agora detém a graduação de cabo, graças a atuação naquele dia.
Para se obter uma promoção por ato de bravura, um militar precisa ter a ocorrência analisada exaustivamente por uma equipe técnica, que só a concede em casos realmente especiais. “Espero que eu possa servir de exemplo para que a gente possa mostrar que sim, nós somos capazes”, complementa a cabo do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.
Sobre a promoção por ato de bravura
Quando um profissional ingressa na carreira de Praça do CBMSC, ele passa pelo Curso de Formação de Soldados e passa a atuar na corporação como soldado. Após cinco anos, passa a ser soldado 1º classe e pode passar por um concurso interno, almejando a carreira de cabo. Após o curso de formação e dois anos na função, pode realizar outro concurso interno e após o curso de formação passar para o posto de sargento.
Quando um bombeiro militar é promovido por ato de bravura, ele automaticamente é promovido para uma graduação acima da sua, sem passar pelo concurso interno. Porém, para a progressão na carreira, o profissional deve passar pelo curso de formação.
Mulheres em corporações militares
Maria Quitéria de Jesus Medeiros foi a primeira mulher incorporada em uma Unidade Militar, no ano de 1823, durante a Guerra da Independência. No início da década de 80, foram os primeiros registros de mulheres que ingressaram nas Forças Armadas Brasileiras.
Em Santa Catarina o ingresso feminino na carreira militar iniciou em junho de 1983, na Polícia Militar de Santa Catarina, enquanto que no CBMSC, desde sua emancipação, em junho de 2003, a instituição passou a contar com as primeiras bombeiras militares.
Fonte: Secom SC
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