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A meia-entrada para eventos culturais e esportivos não existe, o que ocorre é a inflação do valor médio da entrada. Essa é a conclusão do pesquisador da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Carlos Martinelli.
Em estudo recente, ele aponta que os consumidores da meia-entrada pagam pelo que seria o real valor do ingresso, enquanto os que compram inteira pagam quase o dobro do preço real.
Ou seja, o valor da entrada inteira acaba por subsidiar a meia, pois o preço médio tem por base a expectativa do público com meia-entrada.
Segundo Martinelli, a grande quantidade de beneficiários de meia - entre 70% e 80% do público pagante na maioria dos casos - provoca um "desequilíbrio e inevitável falência de transferência de renda".
Em entrevista à Folha de S. Paulo, o pesquisador afirma que "a ausência de contrapartidas dos governos e cotas-limites inviabiliza o benefício do desconto efetivo que, para porcentagens altas de adesão de meia-entrada, praticamente inexiste. Quando existe, jamais chega a 50%. Portanto, não se paga meia em ingresso algum".
Martinelli é autor da pesquisa "O impacto da meia-entrada na precificação de ingressos e no planejamento estratégico de companhias de entretenimento".
FONTE: Radioagência NP
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