As
vendas de carros, veículos comerciais leves (como vans e furgões), caminhões e ônibus bateram
recorde histórico em 2012. Segundo balanço divulgado na tarde de hoje (3) pela
Federação Nacional da Distribuição de Veículos Aumotores (Fenabrave), foram
comercializadas 3.801.859 unidades no acumulado do ano passado, o que
representou aumento de 4,65% em comparação a 2011. Excluindo-se o comércio de
caminhões e ônibus, as vendas de veículos (carros e comerciais leves) cresceram
6,11% em 2012 em comparação ao ano anterior.
Segundo
o presidente da Fenabrave, Flávio Antonio Meneghetti, o recorde foi resultado
principalmente da redução da alíquota do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI). “Em maio, estávamos prevendo um número negativo para o
ano como um todo. Depois do esforço conjunto entre governo, indústria, bancos e
concessionárias conseguimos reverter esse número e terminamos o ano com um
aumento de 6,1% [quando considerada apenas a venda de automóveis e comerciais
leves]”, disse.
Para
ele, o impacto do IPI nas vendas ainda será sentido em 2013. “Certamente o
impacto vai acontecer. Por isso negociamos com o governo para que ele [imposto]
fosse retirado escalonadamente, ou seja, em seis meses, ele vai voltar ao
patamar normal. Acreditamos que o primeiro trimestre vai ser o mais difícil,
mas temos ainda um estoque de preços velhos que vai garantir uma certa
atividade nos meses de janeiro e fevereiro. E, a partir do segundo trimestre,
com a retomada já da economia em seu ritmo normal, acreditamos que o país vá
crescer 3% e o mercado voltará a acompanhar esse número”, disse o presidente da
Fenabrave.
Para
2013, a federação projeta crescimento de 3% nas vendas de automóveis e
comerciais leves e de 2,82% nas vendas de veículos como um todo (englobando
carros, comerciais leves, caminhões, ônibus e motos). “Estamos imaginando que o
PIB [Produto Interno Bruto] vá crescer 3%. Se o PIB crescer 3%, ele terá força
para puxar a indústria como um todo e, atrás dele, o mercado consumidor. Então,
acreditamos que vamos acompanhar o crescimento do PIB”, disse Meneghetti.
“Em
nossa primeira expectativa, o setor automotivo deve apresentar, no que tange a
automóveis e comerciais leves, algum crescimento, mesmo que mais modesto do que
este ano e em especial por conta da eliminação dos incentivos que foram dados
no ano passado”, disse Tereza Fernandez, sócia diretora da consultoria MB
Associados. “Se houver crescimento de 3% na venda de automóveis e comerciais
leves ainda será um novo recorde em cima do recorde deste ano”, prevê.
Segundo
Meneghetti, a volta gradual da alíquota do IPI já provocou aumento no preço dos
automóveis novos, mas ele acredita que isso não será exagerado. “A indústria
trabalha com seus custos, mas tem que respeitar o mercado. Nada de exacerbação
vai acontecer. O mercado vai falar mais forte. Agora [o preço] está subindo
como consequência da remarcação do IPI e eventualmente como recomposição de
margem”. Na prática, esse cenário deve provocar um aumento no preço do carro
novo entre 3% e 3,5%, acrescentou Meneghetti.
Apesar
do crescimento recorde nas vendas de veículos (carros, comerciais leves e
caminhões), o setor fechou o ano em queda de 2,25% quando contabilizados também
os segmentos de motos e implementos rodoviários. O número negativo decorre
principalmente da queda na venda de caminhões (-20,22%) e de motos (-15,62%) ao
longo do ano. Segundo Meneghetti, a redução nas vendas de caminhões tem duas
explicações. “A primeira delas foi a antecipação de compras muito forte que
houve em 2011 por causa da mudança de tecnologia que encareceu os veículos em
2012. Em segundo, a própria queda da atividade econômica”, disse ele,
acrescentando que o crescimento menor da economia nacional gerou menor carga
transportada.
“Já no
caso das motocicletas foi basicamente crédito. Com a exigência de [pagamento
de] entrada de 30%, em prazo menor, colocou-se fora do mercado um monte de
consumidores que anteriormente compravam a moto em 60 vezes, sem entrada”,
ressaltou Meneghetti.
Levando
em conta apenas o mês de dezembro passado, a venda de automóveis e comerciais
leves cresceu 15,75% em relação a novembro e 4,43% em comparação ao mesmo
período de 2011 com a comercialização de 343.770 unidades. Somando-se também as
15.569 de caminhões e ônibus vendidas e mais a quantidade de motos e
implementos rodoviários, o setor comercializou 510.298 veículos em dezembro,
valor 14,32% superior a novembro.
Fonte: www.agenciabrasil.ebc.com.br
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