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A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) da Secretaria de Estado da Saúde (SES) divulgou os dados referentes aos casos de tentativa de suicídio e de óbitos por violência autoprovocada notificados em Santa Catarina. No ano passado, 2.990 pessoas tentaram o suicídio e 603 foram a óbito. Em 2015, foram registradas 2.909 tentativas de suicídio e 598 mortes.
“Precisamos conhecer essa triste realidade para poder desenvolver ações e atitudes para prevenção do suicídio, que é um grave problema de saúde pública no estado e em todo o país”, alerta Eduardo Macário, diretor da Dive, reforçando o apoio do órgão ao movimento Setembro Amarelo, liderado pelo Centro de Valorização da Vida (CVV).
Ressalta-se que todos os casos de violência autoprovocada e de tentativa de suicídio são de notificação compulsória imediata, conforme Portaria 204/2016 do Ministério da Saúde (MS). Em relação aos casos de tentativa de suicídio, historicamente, as mulheres têm sido maioria: das 2.990 notificações de 2016, 1.972 eram de pessoas do sexo feminino e 1.018 do público masculino.
Segundo a faixa etária, o maior número de casos, de ambos os sexos, esteve entre pessoas de 20 a 29 anos (757), seguido pelos grupos de 30 a 39 anos (709) e o de 40 a 49 anos (511), conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do MS.
Já em relação aos óbitos por violência autoprovocada, o público masculino é maioria: das 633 mortes registradas em 2016, 488 eram de homens e 145 de mulheres. A faixa etária também difere nesses casos. O Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) aponta que a maior parte das pessoas que cometeram suicídio tinha entre 50 e 59 anos (145), seguidas pelo grupo com idade entre 40 a 49 anos (131) e os de 30 a 39 anos (115).
Prevenção ao suicídio
A Secretaria de Estado da Saúde reforça que os serviços de saúde devem manter elevado nível de suspeição diante de casos de lesões, envenenamento ou intoxicação que possam se caracterizar como violência autoprovocada. “Recomendamos que profissionais de saúde abordem as pessoas e seus acompanhantes a respeito das causas do agravo com o objetivo de confirmar ou descartar a suspeita”, explica Eduardo Macário.
Em caso de confirmação, a pessoa deve ser acompanhada pelas equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF) para acolhimento e, se necessário, ser encaminhada ao serviço especializado em saúde mental (Centros de Atenção Psicossocial). “A porta de entrada para o acolhimento é sempre as unidades básicas de saúde”, informa a psicóloga Rose Brasil, coordenadora do Programa de Saúde Mental de Santa Catarina.
Os serviços públicos de saúde mental de Santa Catarina contam com 99 Centros de Atenção Psicossocial (Caps) em diversos municípios e diferentes modalidades, e mais 23 estão em fase de implantação. “Nessas estruturas são atendidas pessoas que vêm em demanda espontânea, incluindo as que têm depressão grave, pensamento suicida e tentativa de suicídio”, explica Rose.
Responsabilidade compartilhada
“A prevenção ao suicídio é uma responsabilidade que deve ser compartilhada entre os setores da Saúde, Educação, Assistência Social e da sociedade em geral. Todos devemos estar atentos diante de uma possível situação de sofrimento, pois o acolhimento, a escuta e o suporte são ferramentas indispensáveis para a prevenção do suicídio”, ressalta Gladis Helena da Silva, gerente de Vigilância de Agravos da Dive. Segundo ela, outro importante aliado na prevenção do suicídio tem sido o Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece apoio emocional gratuitamente, de forma voluntária, 24 horas por dia, por telefone (141), e-mail ou chat pelo site da instituição.
Fonte: Assessoria de Comunicação
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