segunda-feira, 26 de março de 2018

Brasil de Hoje - por Wilson Luis Corrêa



Estamos apreensivos com a possibilidade de Lula ser impedido por motivo político de candidatar-se, porque se fosse jurídico o Aécio não era senador, o Alckmin não poderia ser candidato e o Temer não permaneceria como presidente. Essa conjuntura abre um outro cenário no qual a esquerda pode ter duas candidaturas, com um maior alcance de debates e crescimento, como é o caso PSOL e PCdoB. A figura do PT é o Lula, pois o Partido dos Trabalhadores em sua conjuntura não consegue fazer uma manifestação expressiva em que possibilite uma articulação imediata para reconstruir suas bases e transformações que realizaram ao longo dos 38 anos do partido.  
            Para termos um embasamento teórico da política atual não podemos ficar refém apenas de um telejornal e revista porque alguns meios de comunicação mais desinformam do que informam. Para uma conscientização e transformação social é preciso que as pessoas se engajem mais nas organizações coletivas. Tocqueville afirma que “as associações são necessárias para impedir o nepotismo dos partidos”. Isso leva a acreditar que quanto mais instituições o estado tiver, mais pessoas estarão participando, discutindo processos de melhorias do bairro e do país. Um dos caminhos para o crescimento de uma nação é a participação através do trabalho de base, saindo do comodismo e debatendo com as famílias do bairro sobre a importância da participação política nas discussões da comunidade.
            A economia brasileira atravessa momentos de crise, devido a desconfiança estrangeira dos governantes e ao desmanche da política nacional. Nessa atual conjuntura apenas as grandes empresas lucram com as exportações devido ao dólar alto. Em compensação as empresas pequenas perdem, como comércio e outros, porque a população brasileira fica limitada para comprar. Quando as pequenas empresas crescem fazem girar os setores primários, secundário e terciário gerando a economia local e regional. Esses pontos também estão ligados a uma educação de qualidade dos indivíduos para que reconheçam seus direitos não sendo refém de informações dos grandes aglomerados da comunicação de jornais e telejornais. Em uma sociedade desenvolvida as pessoas fazem leituras periódicas de jornais cruzando informações para chegar a uma racionalidade, não ficando refém de uma única informação.
Nessa atual conjuntura política os brasileiros começam a abrir os olhos sobre o nosso judiciário e de que lado eles estão e a quem defendem. Vivemos em um país messiânico em que sempre estamos à procura de um salvador da pátria, e por incrível que pareça as pessoas acreditam que o judiciário é o salvador da democracia. O judiciário e alguns telejornais chegaram a um ponto crucial de colocarem em cheque as articulações políticas, criando um ódio entre as pessoas e às vezes com um ar de vingança. Para Proudhon “todos os homens acreditam e repetem que as igualdades de condições são idênticas” isso é uma demagogia porque sabemos que não é, nunca foi e nunca será, pois até mesmo os juízes são parciais, sendo perceptível suas tendências políticas e econômicas. Por esse motivo a democracia está em pedaços.
            Para uma democracia com seriedade é necessário criar canais de televisões alternativas, com debates e propostas dos candidatos e seus objetivos nas suas regiões e comunidades com propostas claras, não ficando refém dos grandes meios de comunicação que ao invés de informar desinformam.

*Wilson Luis Corrêa, Sociólogo e pós-graduado em Comunicação e Jornalismo Social e religioso.


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