Estamos apreensivos com a
possibilidade de Lula ser impedido por motivo político de candidatar-se, porque
se fosse jurídico o Aécio não era senador, o Alckmin não poderia ser candidato
e o Temer não permaneceria como presidente. Essa conjuntura abre um outro
cenário no qual a esquerda pode ter duas candidaturas, com um maior alcance de
debates e crescimento, como é o caso PSOL e PCdoB. A figura do PT é o Lula,
pois o Partido dos Trabalhadores em sua conjuntura não consegue fazer uma manifestação
expressiva em que possibilite uma articulação imediata para reconstruir suas
bases e transformações que realizaram ao longo dos 38 anos do partido.
Para
termos um embasamento teórico da política atual não podemos ficar refém apenas
de um telejornal e revista porque alguns meios de comunicação mais desinformam
do que informam. Para uma conscientização e transformação social é preciso que as
pessoas se engajem mais nas organizações coletivas. Tocqueville afirma que “as
associações são necessárias para impedir o nepotismo dos partidos”. Isso leva a
acreditar que quanto mais instituições o estado tiver, mais pessoas estarão participando,
discutindo processos de melhorias do bairro e do país. Um dos caminhos para o
crescimento de uma nação é a participação através do trabalho de base, saindo
do comodismo e debatendo com as famílias do bairro sobre a importância da
participação política nas discussões da comunidade.
A
economia brasileira atravessa momentos de crise, devido a desconfiança estrangeira
dos governantes e ao desmanche da política nacional. Nessa atual conjuntura
apenas as grandes empresas lucram com as exportações devido ao dólar alto. Em
compensação as empresas pequenas perdem, como comércio e outros, porque a
população brasileira fica limitada para comprar. Quando as pequenas empresas
crescem fazem girar os setores primários, secundário e terciário gerando a
economia local e regional. Esses pontos também estão ligados a uma educação de
qualidade dos indivíduos para que reconheçam seus direitos não sendo refém de
informações dos grandes aglomerados da comunicação de jornais e telejornais. Em
uma sociedade desenvolvida as pessoas fazem leituras periódicas de jornais
cruzando informações para chegar a uma racionalidade, não ficando refém de uma
única informação.
Nessa atual conjuntura
política os brasileiros começam a abrir os olhos sobre o nosso judiciário e de
que lado eles estão e a quem defendem. Vivemos em um país messiânico em que
sempre estamos à procura de um salvador da pátria, e por incrível que pareça as
pessoas acreditam que o judiciário é o salvador da democracia. O judiciário e
alguns telejornais chegaram a um ponto crucial de colocarem em cheque as
articulações políticas, criando um ódio entre as pessoas e às vezes com um ar
de vingança. Para Proudhon “todos os homens acreditam e repetem que as
igualdades de condições são idênticas” isso é uma demagogia porque sabemos que
não é, nunca foi e nunca será, pois até mesmo os juízes são parciais, sendo
perceptível suas tendências políticas e econômicas. Por esse motivo a
democracia está em pedaços.
Para
uma democracia com seriedade é necessário criar canais de televisões alternativas,
com debates e propostas dos candidatos e seus objetivos nas suas regiões e
comunidades com propostas claras, não ficando refém dos grandes meios de
comunicação que ao invés de informar desinformam.
*Wilson Luis Corrêa, Sociólogo e pós-graduado
em Comunicação e Jornalismo Social e religioso.
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