Embora o governo golpista de Michel Temer insista em dizer que a atual política econômica está tirando o país da recessão, todas as informações divulgadas por institutos sérios de pesquisa provam o contrário.
Na sexta-feira (23), por exemplo, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) trimestral do IBGE revelou que faltou trabalho, em média, para 26,5 milhões de pessoas no País em 2017.
O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação (pessoas que trabalham menos de 40 horas por semana) e pessoas que não estão em busca de emprego, mas estariam disponíveis para trabalhar. No quarto trimestre de 2016, a taxa de subutilização da força de trabalho estava mais baixa, em 22,2%.
Já a taxa combinada da desocupação e da força de trabalho potencial – que abrange as pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho, ou que procuraram mas não estavam disponíveis para trabalhar (força de trabalho potencial) – foi de 17,8% no quarto trimestre de 2017, o que representa 20 milhões de pessoas nessa condição. No terceiro trimestre, essa taxa estava em 18,3%. A taxa média do ano foi de 18,4%.
No início de fevereiro, o mesmo IBGE já havia divulgado pesquisa sobre a taxa média anual de desemprego no Brasil. E mais uma vez os argumentos de Temer foram desmentidos. Entre 2016 e 2017, período que coincide justamente com o golpe parlamentar, o número de pessoas sem trabalho subiu de 11,5% para 12,7%, a maior da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.
Sem esperança
Pela primeira vez, a pesquisa traz dados sobre o desalento, que são pessoas que desistiram de procurar emprego. No 4º trimestre de 2017, o contingente de desalentados foi de 4,3 milhões, o maior da série histórica iniciada em 2012. O Nordeste tinha 59,7% do total de desalentados. Entre as unidades da federação, os maiores contingentes estavam na Bahia (663 mil) e Maranhão (410 mil). A taxa de desalento no 4º trimestre ficou em 3,9% da força de trabalho ampliada do Brasil, com Alagoas apresentando a maior taxa entre as unidades da Federação (15,4%).
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