quarta-feira, 18 de julho de 2018

Brasil terá dificuldades de cumprir metas de desenvolvimento sustentável até 2030


Menos da metade da população brasileira tem acesso ao tratamento de esgoto, segundo Relatório Luz 2018

ARQUIVO EBC/REPRODUÇÃO

 A adoção pelo governo de Michel Temer de políticas neoliberais trará ainda maiores dificuldades para o Brasil cumprir os objetivos de desenvolvimento sustentável até 2030, propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU). A conclusão, apresentada por organizações como a Artigo 19, Rede Nossa São Paulo e o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), que compõem o Programa Cidades Sustentáveis, integra o Relatório Luz 2018, divulgado na semana passada, alertando para os obstáculos que o país terá em cumprir metas sociais e ambientais.

O compromisso com a ONU, assinado em 2015, propõe, entre alguns dos objetivos estabelecidos, a erradicação da pobreza e formação de patamares mínimos de saúde, educação e saneamento básico. No entanto, segundo entidades da sociedade civil que fizeram o acompanhamento da evolução do cumprimento dessas metas e prioridades para elaboração do relatório, a emenda constitucional do teto de gastos e as políticas de Estado mínimo limitam quaisquer avanços.

"As prioridades não são as socioambientais, saúde, educação. A gente vê esse reflexo na Agenda 2030, se ela é tomada como uma prioridade de governo, é um ótimo método para se fazer uma política pública adequada. É sim uma falta de priorização dessa agenda pelo governo atual", afirma a coordenadora da ONG Artigo 19 Joara Marchezini, que relembra ainda a falta de evolução em áreas como saneamento básico e tratamento de esgoto, o que reflete diretamente na saúde do brasileiro.

Diante da estagnação e até do recuo da maioria dos índices na área social, as entidades fazem recomendações para que o governo possa atingir os compromissos até 2030. Entre elas, as organizações destacam a retomada de investimentos humanos e financeiros nas áreas da educação, saúde e meio ambiente, assim como a criação de estímulos para a participação social em diálogos legislativos, além da revisão da Lei do Teto. (RBA)

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