A Organização Internacional do Trabalho, OIT, informou que mais de 600 mil migrantes no Oriente Médio estão sendo vítimas de trabalho forçado.
Os dados constam de um relatório da agência da ONU. De acordo com o documento, os migrantes são, frequentemente, enganados e muitos sofrem exploração sexual.
Deportação
A OIT revela que apesar de ser uma das regiões com a maior concentração de trabalhadores migrantes, a maioria dos países no Oriente Médio ainda não tem leis que protejam os profissionais de abusos
A agência citou casos de ameaças de detenção e deportação quando os trabalhadores querem terminar o contrato ou trocar de emprego.
Uma representante da OIT, Helene Harroff-Tavel disse que a falta do direito à liberdade de associação em muitos países árabes continua sendo um grande obstáculo aos trabalhadores.
Diálogo
Ela afirmou que só haverá uma reforma abrangente quando todos os governos do Oriente Médio permitirem um diálogo sobre as regras e proteção para os trabalhadores migrantes.
Harroff-Tavel lembrou que as pessoas que são traficadas para o Oriente Médio à procura de trabalho não são sequestradas. Segundo a OIT, o perfil é de um profissional com baixas qualificações em busca de um trabalho decente.
Eles recebem promessas de emprego e moradia, mas quando chegam ao destino percebem que foram enganados.
Jordânia
No caso de empregados domésticos, a situação é ainda mais grave porque apenas a Jordânia, de acordo com a OIT, tem leis laborais no setor.
Na maioria dos casos, os migrantes não têm como voltar ao país de origem e ficam presos a um círculo vicioso.
A agência das Nações Unidas propôs aos Ministérios do Trabalho no Oriente Médio que revisem os processos de recrutamento na região e que respondam às reclamações dos migrantes e empregados no que diz respeito a maus tratos tomando as providências necessárias.
AgenciaNP/Rádio ONU, Mônica Villela Grayley.
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