A renda dos brasileiros que estão nas camadas médias da pirâmide social cresceu 5,94% ao ano entre 2003 e 2011 - acima do Produto Interno Bruto (PIB) por pessoa (3,1%). A evolução desses dados (veja gráfico) está no Comunicado 158/2012: Desenvolvimento Inclusivo Sustentável, lançado na última terça-feira (18) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). "A desigualdade continua caindo, e a permanência desse movimento é um componente fundamental para avaliarmos o crescimento, apesar da crise financeira mundial e do baixo crescimento do PIB", avalia o presidente do Ipea, Marcelo Neri.
O estudo analisa os dados do aumento do PIB, que mede tudo que é produzido no país, e os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) - ambos os estudos são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os pesquisadores estudaram a diferença no aumento da renda domiciliar média (4,36%) e mediana (5,94%) medidas pela Pnad. Enquanto a primeira é influenciada pelos dados do topo e da base pirâmide, que são os muito ricos e os que estão fora do mercado de trabalho, a mediana revela o que acontece no bolso das classes médias.
Segundo o Comunicado, medidas de renda, consumo e riqueza devem estar acompanhadas por indicadores que reflitam sua distribuição. “Em um país apelidado de Belíndia, esse tipo de consideração é de importância capital, pois a média esconde mais do que revela”, avalia o estudo - que faz referência a uma comparação clássica entre os economistas de que o Brasil tem uma “Índia” pobre convivendo com uma “Bélgica” rica.
Indicadores - De 2003 a 2011, o índice de Gini (que mede a desigualdade) da Pnad cai a uma média de 1,2% ao ano. Apesar de não haver dados da Pnad para 2012, a tendência se mantém segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME - IBGE). De acordo com a PME, no trimestre terminado em setembro de 2012, a desigualdade caiu 1,69% quando comparada ao mesmo trimestre do ano anterior. Ou seja, uma velocidade de queda de 40,5%, ou 0,49 pontos de porcentagem por ano maior. “Em cerca de 2/3 dos países do mundo - sejam países desenvolvidos como os Estados
Unidos e a Inglaterra, ou emergentes como a China e a Índia - ocorre o oposto, um aumento da desigualdade”, informa o Comunicado.
O Ipea avalia que, embora no longo prazo, a evolução do PIB e a renda da Pnad apresentem tendências semelhantes, há um forte descolamento no período de 2003 a 2011, quando a renda média da Pnad cresceu 1,26 ponto de porcentagem por ano a mais que o PIB. “De acordo com a visão objetiva das pessoas, os seus respectivos padrões médios de vida estavam crescendo mais do que as Contas Nacionais (PIB) sugerem”, diz o estudo.
Segundo o Comunicado, essa tendência permanece em 2012, pelos dados da PME. “O diferencial de crescimento de renda do trabalho é quase três pontos de porcentagem superior ao ocorrido no PIB até o terceiro trimestre de 2012”.
fonte:fecesc
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