terça-feira, 24 de novembro de 2015

A Romaria do Centenário do Contestado e suas novidades


Um encontro mais que especial aconteceu em Timbó Grande, no dia 22 de novembro, reunindo cerca de 120 lideranças sociais, políticas e religiosas, para avaliar a Romaria do Centenário do Contestado que aconteceu no dia 13 de setembro, e que envolveu grande número de pessoas na animação, articulação, organização e promoção da Romaria. Foram cerca de dez mil pessoas que vieram de centenas de municípios, especialmente do sul do país, e que saíram satisfeitos e avaliaram muito positivamente a Romaria.

Reunidos, primeiramente, na Igreja Matriz, diversas pessoas se manifestaram dando seu depoimento, avaliando e sugerindo novas atividades para dar continuidade ao grande acontecimento que foi a Romaria em Timbó Grande. Ideias e projetos interessantes foram socializados e uma equipe para coordenar e dar prosseguimento às atividades foi constituída. Dentre outras coisas, foi lembrado que a Romaria do Centenário do Contestado nos chamou a assumir compromissos em torno da memória, do estudo, da divulgação, da religiosidade, da cultura e da busca de alternativas de vida para o povo da região do Contestado. Muitas as instituições, pastorais, movimentos, grupos e pessoas de boa vontade já estão participando do grande mutirão que vem acontecendo em torno do resgate e publicação de bibliografias e de outros materiais referentes ao Contestado; da valorização da semana e do dia do Contestado; da valorização da simbologia, arte e mística do Contestado, mapeando as fontes, grutas, locais de batalha, cruzeiros de São João Maria, como forma de recuperar a memória e resgatar os princípios e valores que moviam os caboclos e caboclas dos redutos a se organizarem em irmandades. Também falou-se da importância de promover mobilizações populares e eventos tais como pequenas romarias locais, audiências públicas, mostras de cinema, encontros regionais entre descendentes do Contestado, estabelecendo parcerias para manter viva a memória do Contestado; promover o resgate das diversas expressões de religiosidade e cultura do povo do Contestado; valorizando os grupos de cultura, como de teatro, dança, música, CTG, museus, Associação cabocla e outras que resgatam e mantém viva a memória do Contestado. 

O povo das pastorais da Igreja se animou para organizar a Pastoral Cabocla, como expressão e valorização da cultura e da religiosidade popular do Contestado; e também como ferramenta que vise estabelecer parcerias para reivindicar, junto ao Estado, a reparação das dívidas sociais para com a população cabocla do Contestado, e a criação de uma lei estadual para o livre acesso aos locais sagrados e aos pontos de memória do Contestado, tornando patrimônio público estes locais. Lembrou-se também da importância da luta pela terra, por reforma agrária, contra o trabalho escravo, e pela defesa da ecologia, da Casa Comum, como sugere a encíclica do Papa Francisco.

Após esse momento de reflexão, avaliação e encaminhamentos, nos dirigimos ao salão paroquial para confraternizar, para fortalecer os laços da amizade e saborear uma preciosa refeição, acompanhada de belas músicas. Agradecemos à Cresol Sicoper de Tangará por ter sido parceira da Igreja e demais lideranças timbograndenses nessa importante atividade da região do Contestado.



Pe. Dr. Gilberto Tomazi
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