sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Movimento promete ocupar ruas caso expansão seja preterida mais uma vez



Movimento Pró-Universidade e demais lideranças condenam a discussão de novos critérios diante da luta histórica e de todos os documentos entregues até o momento. Movimento defende que a expansão da UFFS para São Miguel do Oeste é prioritária e foi prometida



O Movimento Pró-Universidade formado pela Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP), Pastoral da Juventude Rural (PJR), igrejas e movimentos populares do Extremo-oeste Catarinense, reuniu-se na segunda-feira, dia 23, com lideranças da Associação dos Municípios do Extremo-Oeste de Santa Catarina (Ameosc) e Instituto Acordar, em São Miguel do Oeste, para dar um novo passo no processo de expansão de um campus da Universidade Federal Fronteira Sul (UFFS) para o município. 

Segundo o representante do movimento regional pela expansão da UFFS e também da Ameosc, Airton Fontana, no dia 4 de novembro, foi apresentado em Chapecó, pelo reitor da UFFS, Jaime Giolo, um documento apresentando sete novos critérios que influenciarão na classificação da proposta de um novo campus da UFFS. Fontana explica que os critérios foram questionados pelo Movimento Pró-Universidade e lideranças presentes no encontro com o Reitor, pelo fato de que não contemplam a realidade da região Extremo-oeste. 

Especificando, Fontana detalha que segundo o que foi apontado pelo reitor, as organizações devem encaminhar um novo documento mostrando qual é o IDH do município (sendo que quanto menor o IDH mais provável a instalação, o que coloca São Miguel do Oeste em desvantagem pois tem um índice elevado), número de alunos cursando o ensino superior, acessos pavimentados importantes entre outros critérios. Nenhum deles aponta por exemplo, a luta história das organizações pela UFFS e nem mesmo cita a importância de uma Universidade Federal em uma região que sobrevive principalmente da agricultura, questões que já haviam sido reforçadas no projeto entregue ainda no ano passado à reitoria da Universidade e em outros momentos históricos da luta. 

No próximo dia 4 de dezembro, Fontana explica que os representantes das regiões que estão mobilizadas para receber a expansão do campus, deverão entregar o novo documento para a reitoria, em Chapecó. “Como não houve consenso dos critérios durante o encontro com o reitor no último dia 4 de novembro, agora as regiões apresentarão também seus critérios de acordo com suas realidades”, enfatizou Fontana. 

O representante do movimento pela expansão da UFFS salienta ainda que São Miguel do Oeste possui a garantia da expansão do Campus, sendo prioritária para região a decisão de que o próximo campus da universidade seja instalado no município. “Temos a prioridade diante de todo contexto histórico de caminhada e luta pela conquista do campus. No ano passado, mais de 800 pessoas participaram de um grande momento em Chapecó, onde mostramos que nossa região sempre esteve mobilizada”, enfatizou Fontana, acrescentando ainda que além de todas as forças que sempre estiveram lutando pelo campus, prefeitos e deputados da região também ouviram um ‘sim’ de Giolo e do Ministro da Educação para expansão do campus.

Fontana acrescenta que em reunião na segunda-feira, o prefeito de São Miguel do Oeste, João Carlos Valar, garantiu a área de terra para a construção da universidade. Todas as sugestões de áreas serão anexadas ao novo documento a ser entregue na próxima semana em Chapecó. 



A nossa luta é prioritária 

O representante do Movimento Pró-Universidade, Tayson Bedin, salienta que o movimento condena a discussão de novos critérios. “Estamos cansados de acordos. Temos uma luta consolidada há mais de 10 anos em São Miguel do Oeste e entendemos que não podemos mais ficar ‘competindo’ com as regiões, pois nos foi garantida a expansão assim que Concórdia foi beneficiada”, defendeu ele.

Bedin reforçou ainda que a luta pela UFFS em São Miguel do Oeste é legítima e que a região precisa da universidade. “Embora tenhamos uma conjuntura brasileira que nos aponta uma crise econômica, com o avanço dos extremismos fascistas na política nacional que causaram inclusive a quebra nos orçamentos da educação, isso não quer dizer que a nossa luta não é prioridade, mas, sim, que ela continua sendo uma necessidade para a soberania dos povos que aqui vivem”, enfatizou. 

O representante do Movimento Pró-Universidade disse ainda que a região está preparada para novas mobilizações, inclusive ocupando as ruas, caso a expansão seja negada diante de todo contexto histórico apresentado. “Vamos garantir esse caráter popular que sempre nos moveu. Entendemos que a universidade precisa ultrapassar essa linha de ser ‘servil’ ao mercado e prezar pela emancipação dos povos, pela humanidade. Seguimos mobilizados e com muita força popular, política e de lideranças da região, para trazer o UFFS para São Miguel do Oeste”, conclui.

Texto: Claudia Weinman
Foto Arquivo: Luta consolidada há mais de 10 anos no Extremo-oeste Catarinense 
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