domingo, 2 de dezembro de 2012

Deputado participa de atividades das Casas Familiares Rurais e do Mar

foto/informativo-arquivo

O deputado Padre Pedro Baldissera (PT) participou, na última semana, das atividaddes envolvendo as Casas Familiares Rurais e do Mar de Santa Catarina. Na terça-feira (27), Padre Pedro acompanhou a abertura da Conferência Estadual das Casas, com o tema Lei da Agricultura Familiar e de Assistência Técnica e Extensão Rural, realizada em Florianópolis. 
Na quarta-feira (28), o parlamentar esteve na audiência audiência pública, na Assembleia, quando foi discutida a necessidade do governo do Estado assumir a contratação de dois monitores técnicos para cada unidade das Casas Familiares. O atendimento do pedido garantiria a manutenção das escolas, reconhecidas por um trabalho que proporciona a formação profissional de jovens e famílias do meio rural e pesqueiro por meio da pedagogia da alternância. 
“É bonito ver 500 jovens debatendo assuntos e principalmente, ver os resultados do trabalho das Casas a partir da pedagogia da alternância. Eles se instrumentalizam nas Casas e retornam  para aplicar o que aprenderam nas suas famílias. Isso é algo que valoriza os saberes da agricultura familiar e camponesa e coloca a esperança de uma valorização maior ao setor”, afirma Padre Pedro. Para o parlamentar, a atuação das casas supre uma lacuna dos próprios poderes públicos, que não priorizam a assistência técnica e o apoio à agricultura familiar.  
Entre os encaminhamentos elencados durante a audiência está o agendamento de uma reunião com representantes das secretarias estaduais de Educação, Agricultura e Pesca e Administração e integrantes da Associação Regional das Casas Familiares Rurais do Sul do Brasil (Arcafar-Sul) para debater as reivindicações do segmento.
O presidente da Arcafar-Sul, José Milani Filho, expôs que outro tema a ser discutido com o governo é o projeto para tornar as casas familiares rurais escolas públicas de gestão comunitária. Segundo Milani Filho, atualmente a Secretaria de Estado da Educação disponibiliza professores para ministrarem conteúdos do núcleo comum, mas que as prefeituras são as principais parceiras para a manutenção das unidades.
“Este grupo não pede grande coisa. O Estado poderia investir mais nas casas familiares rurais e do mar. Santa Catarina é um estado considerado de excelência, mas, em relação a isto, estamos muito atrasados em relação a Paraná, Bahia, Espírito Santo, entre tantos outros estados, que têm apoio efetivo de seus governos”, disse Milani Filho.
O coordenador regional de Santa Catarina da Arcafar-Sul, José Luiz Lorenzini, salientou que a associação abrange mais de 85 municípios e atende cerca de 3 mil famílias. “Precisamos de um apoio mais efetivo do governo estadual para que tenhamos a oportunidade de manter uma escola que tem como diferencial o processo de formação embasado na pedagogia da alternância, que qualifica os jovens e permite que eles permaneçam no campo, tendo melhores condições de renda e qualidade de vida”.
De acordo com o presidente da Arcafar-SC, Sadi Bäio, há 22 casas familiares rurais e do mar distribuídas pelo estado. Porém, apenas 16 delas estão em funcionamento, atendendo 480 jovens. Conforme Bäio, desde o início da implantação das unidades em Santa Catarina, em 1992, as casas já formaram mais de 2 mil alunos.
O secretário adjunto de Estado da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, declarou que as propostas são viáveis e que o governo deve trabalhar em parceria com as casas familiares para melhorar a formação dos jovens dos meios rural e pesqueiro. “As casas familiares estão no rumo certo, cumprindo um papel fundamental para desenvolver a nossa agricultura. Para o governo, é uma atitude de inteligência estabelecer uma parceria. Precisamos de agricultores cada vez mais profissionalizados e empreendedores para tornar a agricultura de Santa Catarina mais sustentável e, principalmente, mais competitiva”.
Na opinião da representante da Secretaria de Estado da Educação, Edna Corrêa Battistotti, para colocar em prática as ações necessárias, é preciso uma atuação conjunta. “Esse é um projeto valoroso, mas todos precisamos saber de nossas responsabilidades. Deve ser um trabalho integrado, articulado em todas as instâncias, para fortalecermos o programa”.
As casas familiares e a pedagogia da alternância
As casas familiares adotam o método da pedagogia da alternância, que intercala um período de convivência na sala de aula com outro no campo. Esta proposta busca diminuir a evasão escolar em áreas rurais. Com esse método, os jovens passam uma semana na casa familiar, onde adquirem novos conhecimentos para a sua formação profissional, e duas semanas na sua propriedade. Lá, convivem com a família e a comunidade em geral, aplicando na prática os conhecimentos adquiridos. Os cursos técnicos têm a duração mínima de três anos.
A casa familiar é administrada por uma associação formada pelas famílias cujos filhos estudam na unidade, por jovens formados e por representantes de entidades que apoiam o projeto.
Fonte:informativo gabinete

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