O senador Aécio Neves, do PSDB de Minas Gerais, deve enfrentar uma prova de fogo esta semana no Senado. Marcada para esta terça-feira (17), a votação a respeito do afastamento do tucano continua gerando embaraço entre as diversas forças da Casa.
Para a líder do PSB no Senado, Lídice da Mata, a sociedade espera dos parlamentares que eles confirmem a decisão do STF, o Supremo Tribunal Federal, que além de afastar Aécio de suas funções políticas, também impôs ao tucano uma medida de recolhimento noturno.
“Há uma inequívoca quebra de decoro parlamentar praticada pelo senador que não pode deixar de ser analisada. Não é possível que só haja lei pra um lado. Essa situação precisa ser resolvida pra que o Senado possa dar uma satisfação à opinião pública de sua responsabilidade com o país”, afirma a senadora.
A disputa entre os parlamentares cresceu na última semana, após decisão judicial de primeira instância determinou que o Senado faça uma votação aberta para julgar o caso. Desgastado pelo envolvimento em escândalos de corrupção, Aécio Neves enfrenta dificuldade para conseguir os 41 votos necessários para derrubar a decisão do Supremo.
O voto dos políticos da bancada do Partido dos Trabalhadores, que tem nove parlamentares e é a maior da oposição, deve fazer a diferença no placar. A assessoria de imprensa da legenda no Senado afirmou que os petistas devem se reunir nesta terça-feira para discutir o assunto.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, concedeu uma liminar na manhã desta terça-feira (17) pelo voto aberto. Na segunda-feira (18), o senador Randolfe Rodrigues, da Rede do Amapá, havia protocolado um mandado de segurança junto ao STF para evitar o risco de votação fechada.
Ele pediu que a Corte proibisse o voto fechado argumentando que a medida seria inconstitucional. Além disso, criticou as articulações de senadores que pretendem adiar a votação pelo fato de muitos parlamentares estarem fora de Brasília, o que poderia comprometer ainda mais um placar favorável a Aécio Neves.
“A votação em relação às medidas preventivas relativas ao mandato do senador Aécio neves tem que ser aberta, e não existe possibilidade alguma de ser adiada. O STF nos determinou que fizéssemos na data de amanhã a resolução desse impasse, que sangra o Senado e impacienta a República”, pontua.
Aécio Neves está afastado do cargo e sob recolhimento noturno desde o final do mês passado. Ele é acusado de corrupção passiva e obstrução de Justiça por ter recebido 2 milhões de reais de propina da JBS. De acordo com a Procuradoria-Geral da República, o tucano teria atuado junto ao Senado e ao Poder Executivo para dificultar as investigações da operação Lava Jato. Ele nega as acusações e diz ser vítima de uma armadilha.
Brasil de Fato
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