Esquema de corrupção em cidade de 1,9 mil habitantes em SC envolve servidores e empresários

Doze pessoas foram presas no Meio-Oeste e Oeste catarinense pelo Gaeco.

Computadores apreendidos pelo Gaeco na Operação Resposta Certa.

Foto: Rádio Nova Líder / Divulgação - Diogo Vargas

Suspeitas de corrupção em licitações de festas, compra de veículos e até divulgação antecipada de gabarito de concurso público a candidatos são investigadas na pequena cidade de Ibiam, no Meio-Oeste de Santa Catarina, com 1.971 habitantes.

Doze pessoas foram presas num esquema que envolveria pagamentos de propina e direcionamento de processos de concorrência pública.

A ação faz parte da Operação Resposta Certa do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) de Lages, do Ministério Público de Santa Catarina e foi desencadeada na quarta-feira em oito cidades do Meio-Oeste e Oeste: Ibiam, Campos Novos, Videira, Herval do Oeste, Joaçaba, Luzerna, Chapecó e Xanxerê.

Nesta quinta-feira, promotores do Gaeco e de Tangará passaram a tarde ouvindo testemunhas e envolvidos.

Segundo promotores, as irregularidades estavam centralizadas em servidores da prefeitura de Ibiam em conluio com empresários da região.

"Apadrinhados políticos"

A apuração apontou, entre outros fatos, que havia privilégio a alguns candidatos e apadrinhados políticos no processo seletivo para o magistério, quando o gabarito foi divulgado antes a candidatos.

Nas buscas, recibos de pagamentos assinados por servidores públicos foram apreendidos.

As prisões são preventivas e foram decretadas pelo juiz da Comarca de Tangará. Houve monitoramento telefônico dos suspeitos e um secretário municipal de Ibiam é suspeito de comandar as irregularidades. Os nomes dos presos não foram divulgados.

"Exoneração"

De acordo com reportagem da RBS TV exibida no RBS Notícias desta quinta, o prefeito de Ibiam, Clovis José Busatto, afirmou que não sabia de nada e que agora irá exonerar o secretário de Finanças e anular o processo seletivo suspeito.

Conforme a reportagem, a pequena cidade enfrenta problemas como a falta de manutenção em uma escola e num ônibus escolar.

O prefeito, que não está entre os investigados, não quis responder ao repórter Eduardo Cristofoli o motivo de a prefeitura ter adquirido um carro de luxo apesar da dificuldade financeira.

Coordenador do Gaeco em Florianópolis, o promotor Alexandre Graziotin é enfático ao ser questionado sobre a corrupção envolvendo por exemplo servidores da prefeitura de uma cidade tão pequena do Estado.

— Infelizmente corrupção tem em toda parte, até em cidade pequena. E infelizmente é algo que só está aumentando — alerta Graziotin.

Fonte DC

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