As comunidades Vila Nova I e Vila Nova II, foram ao longo dos anos sendo constituídas por moradores de diferentes realidades periféricas. A construção destes conjuntos habitacionais proporcionou moradia porém, a problemática na infraestrutura sempre foi um grande dilema envolvendo promessas dos governos que passaram pelo município sem demonstrar muita atenção. Nos últimos dias, o anúncio de investimentos nestas localidades reascendeu a esperança dos moradores
Mais de R$ 500 mil reais devem ser investidos na comunidade Vila Nova I, região periférica de São Miguel do Oeste. Pelo menos essa é a promessa do governo municipal ao aplicar os recursos que correspondem a R$ 196, 400,00 do Governo Federal e R$ 352,240,00 em recursos próprios do município em sete ruas da comunidade, nos serviços de calçamento com calçada, acessibilidade e colocação de nova tubulação.
O secretário de Desenvolvimento Urbano, Cássio da Silva, enfatiza que o prazo para conclusão da obra é de 60 dias, sendo que, de acordo com ele, já fazem quatro meses que as obras iniciaram na localidade. “Se o tempo colaborar, dentro de 60 dias a obra estará pronta”, promete.
O morador, Roque da Silva, 39 anos, é cadeirante. Ele espera que a obra seja concretizada em breve, já que, há mais de quatro anos a comunidade enfrenta dificuldades de infraestrutura. “Logo que viemos morar aqui, muitas casas apresentavam problemas, não tinha luz, não tinha água e de alguns anos para cá, os problemas com a falta de calçamento dificultaram a acessibilidade dos moradores, especialmente a minha por eu ser cadeirante”, explica.
Silva diz que não entende o porquê de tanta demora na concretização de obras na comunidade. “Não sei se é porque somos pobres, se existe alguma força política envolvida, mas muita coisa já ficou abandonada. Esperamos realmente que agora o calçamento seja feito do jeito que a gente merece. Porque hoje do jeito que está e der uma chuva eu não posso sair de casa, tem muito barro e com a cadeira de rodas tudo fica mais difícil”.
Vila Nova II
A comunidade Vila Nova I e Vila Nova II tem localidade próxima, onde mais de 100 famílias dividem espaço. A Vila Nova II é formada por moradores que residiam na favela conhecida como Serra Pelada, onde após a realocação dos moradores, foi mantida como área de preservação, e neste ano, ‘estranhamente’ a área foi cogitada para implantação de um complexo de segurança. Já a Vila Nova I é formada por moradores de diversas localidades, especialmente regiões periféricas.
Durante anos, as duas comunidades permaneceram ‘esquecidas’ dos planos de governo. O relato é de que moradores ficavam sem água, sem luz, sem infraestrutura. Em março deste ano, uma família de moradores do Conjunto Habitacional Vila Nova II, chegou a pedir ajuda à imprensa local para chamar a atenção dos líderes do governo municipal para que resolvessem um problema de saneamento na comunidade. Conforme o morador Adriano Crescêncio, uma fossa teria transbordado e ‘estourado’ ao lado da casa, porém, os moradores detalharam que existem problemas na infraestrutura da comunidade e que o caso, não poderia ser resolvido apenas por eles. Em contato com a vigilância sanitária do município na época, a informação foi de que uma equipe estaria se dirigindo até a comunidade para averiguar a situação e buscar uma possível solução, mas, nenhuma visita foi feita no local.
Depois de todo esse tempo de espera, na última semana o Conselho Gestor do Fundo Municipal para Reconstituição de Bens Lesados, aprovou o investimento de aproximadamente R$ 7 mil nesses serviços em benefício dos moradores.
O gestor do fundo, secretário Pedro De Conto, disse que o objetivo da criação do Fundo Municipal para Reconstituição de Bens Lesados é atender as comunidades carentes. Fazem parte desta organização Instituto Catuetê, secretaria de Assistência Social, Ministério Público, Fatma, Casan, Prefeitura, Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio das Antas, Conselho Municipal de Planejamento, Procon e Polícia Militar Ambiental.
Reunião
Representantes destes órgãos também se reuniram na última semana para traçar prioridades para atender as necessidades da comunidade Vila Nova II, a exemplo da colocação de tubulação no final da rua para melhorar escoamento de água, calçamento, sendo que o projeto está em andamento e deve ser entregue à prefeitura ainda neste mês, cuidados para evitar desmoronamento de barranco e melhorias em iluminação pública. Outras obras já foram concretizadas como a instalação de brinquedos para diversão das crianças, colocação de lixeiras e troca de fossas em quatro residenciais.
O morador, Eliezer Antunes de Oliveira participou da última reunião junto aos órgãos que compõe o Fundo Municipal e de outras tantas que ocorreram ao longo dos anos. “Estamos cansados de ver as coisas belas no papel, agora o mínimo que esperamos é que essas promessas sejam cumpridas. Quando construíram as casinha lá para as pessoas, simplesmente construíram e mandaram entrar, mas não se preocuparam com a falta de tudo que tinha. Agora vamos aguardar e continuar acompanhando as movimentações”, finaliza.
Texto e Fotos: Claudia Weinman
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