O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância da CUT na construção do país durante o ato político de comemoração dos 30 anos da central, realizado ontem (28), no Pavilhão Vera Cruz, em São Bernardo do Campo, onde a entidade foi fundada em 1983.
“A CUT não só ajudou a construir como continua a ser uma guardiã da democracia no Brasil”, disse Lula. “Está longe de acabar a missão para qual a CUT foi fundada. O que a gente queria lá atrás é exatamente o que queremos hoje. À medida que os paradigmas são quebrados, as pessoas ficam mais exigentes e querem mais.”
Lula ressaltou a contribuição da central para o sucesso de seu governo. “Penso que a CUT adquiriu não apenas a capacidade de ser contestadora, mas também a capacidade de ao mesmo tempo ajudar a criar, a propor, e assim vai fazendo com que as coisas aconteçam neste país”, disse o ex-presidente. “Eu tenho o prazer de ter visto a CUT viver o seu momento mais difícil, no nosso governo, de contestar, apoiar e negociar sem abdicar de reivindicar. Eu talvez não tivesse sido um presidente tão bom, como vocês dizem, se não fosse a CUT contestando o que fazíamos no nosso governo”, disse.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, frisou que a central luta desde seus primórdios pela reforma da estrutura sindical do país, com o fim do imposto sindical e a contribuição espontânea e livre dos trabalhadores como forma de financiamento das entidades de representação junto aos setores patronais.
"Esse imposto sindical, surrupiado do salário do trabalhador, sustenta uma estrutura sindical corrompida e que não é mais possível ser sustentada no Brasil", disse.
Freitas também chamou a população a participar do Dia Nacional de Mobilização e Paralisação, convocado pelas centrais sindicais para amanhã (30). Na pauta de reivindicações está a luta pelo fim do fator previdenciário, redução da jornada de trabalho para 40 semanais e combate ao Projeto de Lei 4.330, que regulamenta a terceirização.
“Estamos comemorando 30 anos da CUT do jeito que a central é, na luta, na batalha. Queremos que os trabalhadores se manifestem em prol da pauta da classe trabalhadora que nós entregamos para o Senado, para a Câmara e para a presidenta Dilma. Estamos em negociação, mas para andar só tem um jeito: é a mobilização do trabalhador”, afirmou.
Depoimentos
Em declaração dada no evento à Rádio Brasil Atual (ouça a íntegra abaixo), a ministra de Direitos Humanos e ex-sindicalista, Maria do Rosário, enfatizou que o trabalho desenvolvido pela central “se integra também com a responsabilidade do Estado brasileiro de proteger todos os brasileiros e brasileiras, assegurando direitos humanos plenos, em toda a sua extensão, inclusive no mundo do trabalho”.
Ex-presidente da central e atual deputado federal, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, contestou também o Projeto de Lei 4.330, que regulamenta a terceirização e que está entre as principais bandeiras da central sindical atualmente. Ele afirmou que a CUT, que teve papel decisivo em momentos cruciais no país, atua fortemente também contra a precarização do trabalho.
O secretário de Relações Internacionais da CUT, João Felício, resumiu uma das grandes bandeiras do sindicalismo e da luta pelos direitos da classe trabalhadora. “O nosso sonho – e este é um desafio para o movimento sindical internacional – é trazer a juventude para dentro dos sindicatos. O neoliberalismo é muito forte quando tenta introjetar na cabeça dos jovens que não precisa de luta coletiva e que a luta individual é suficiente”, alertou.
fonte:RBA
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