segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Com 25 anos de história, assentamento catarinense prova que é possível produzir em coletividade


Os últimos dias foram dedicados pelas famílias do assentamento catarinense Tracutinga (Conquista na Fronteira) para a colheita da batata e da mandioca. Com chapéus nas cabeças e enxadas nas mãos, homens e mulheres, jovens e adultos, dividiram o trabalho para obter os alimentos que irão para suas mesas. A lavoura é cultivada sem agrotóxicos e coletivamente, assim como tudo o que acontece neste assentamento, localizado em Dionísio Cerqueira, na divisa entre Santa Catarina, Paraná e Argentina.
        Desde a implantação do projeto - que completou 25 anos de história neste ano - as sessenta famílias beneficiadas optaram por viver coletivamente. Assim, festas, reuniões, estudos e todo o trabalho na agricultura vem se dando de forma coletiva. "O assentamento tem 1198 hectares, dariam lotes de 20 hectares para cada família, mas como não foram divididos individualmente, todos somos donos de tudo", conta Lidiane Cezar, filha de assentados e educadora na Escola Municipal de Ensino Fundamental Construindo o Caminho, localizada no assentamento.
        Nascida na comunidade, para Lidiane, a vida coletiva acontece naturalmente, mas as conquistas do grupo são motivo de orgulho. Ela conta que as famílias fazem parte de cooperativa, denominada Cooperunião, e se dividem em setores. Todas as decisões referentes à comunidade são tomadas pela direção, que é coletiva. "O setor de alimentação foi o primeiro a ser constituído, focando principalmente na alimentação de todos. A exemplo das batatinhas, toda a produção, desde o plantio, o manejo, a colheita e também a distribuição se dão no coletivo", explica.
        Produção
        Enquanto as batatas e mandiocas irão apenas para o consumo interno, frangos e leite são os produtos comercializados que garantem boa renda aos assentados. A comunidade possui 200 vacas que produzem cerca de 3 mil litros de leite por dia e conta com 12 aviários. A produção é processada e vendida com o selo Terra Viva, que reúne todos os produtos agroindustrializados produzidos nos assentamentos catarinenses.
        Com vinte e cinco anos, o "jovem" assentamento mostra maturidade e serve de exemplo no país e no mundo, já tendo sido visitado por comitivas de 35 países. E o melhor é que tem futuro, por contar com jovens comprometidos com sua missão, de assegurar o uso social da terra, fazê-la produzir com respeito e garantir vida digna às famílias.
Fonte: Assessoria de Imprensa/BDR

Nenhum comentário:

Postar um comentário