Os problemas que o país enfrenta nas áreas de educação, saúde e infraestrutura são apontados no livro Brasil em Números 2013: Dados e Análise sobre o País, lançado nesta quinta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Museu de Arte Moderna de Salvador, na Bahia. São 23 temas analisados a partir dos dados mais recentes disponíveis, com reflexões atuais feitas por professores de diversas instituições do país. A publicação bilíngue é anual e também traz dados que corroboram a consolidação do país como nova potência econômica e ajudam a compreender a sua nova posição no cenário internacional.
O gerente de Relações Institucionais do IBGE, David Montero, explica que os avanços podem ser percebidos em todos os capítulos, mas nas análises relativas aparecem gargalos a ser superados. “A gente tem problemas na parte de educação, na qual os índices de graduandos e de matrículas precisam acompanhar o desenvolvimento econômico e crescimento da população, a situação de transportes, a energia, a parte de infraestrutura e a parte de saúde. Tudo isso tem que ser visto de forma integrada para que a população possa realmente gozar das evoluções que tem sido conquistadas no campo econômico”.
Na educação, a análise aponta que diminuiu o analfabetismo e cresceu a média de anos de estudo, mas a qualificação não acompanha a demanda tecnológica e é preciso fortalecer a permanência na escola.Quanto a saúde, permanece a ineficiência do Sistema Único de Saúde e (SUS) e ainda registram muitos casos de malária, febre amarela e, principalmente, de dengue.
Na infraestrutura, apesar de o Brasil ter capacidade instalada de 86 gigabyte (GB) de eletricidade e produzir 2 milhões de barris de petróleo por dia, segundo dados de 2011, a oferta per capta é baixa. Além disso, a demanda por energia cresceu 2,2% de 2010 para 2011, enquanto a oferta subiu 1,3%.
No transporte, matriz tanto de carga como de passageiros é considerada inadequada para os padrões de países desenvolvidos, que usam mais o modal ferroviário. De acordo com o estudo, 37% da malha rodoviária são consideradas de boa ou ótima e a frota de automóveis cresceu de 29,5 milhões, em 2000, para 76,14 milhões, em 2012.
A novidade deste ano foi a inclusão do tema meio ambiente, em que foram analisados a concentração média anual de partículas sólidas na atmosfera, com redução significativa em São Paulo e no Rio de Janeiro. Apesar de não trazer dados novos, David Montero ressaltou que a publicação é importante para informar qual é a situação brasileira no momento e acompanhar a reflexão que está sendo oferecida por cada especialista, em uma forma do IBGE devolver para a sociedade o resultado dos dados de pesquisas conjunturais e estruturais.
“O principal diferencial da obra é que, com a contribuição desses professores, a população, os leitores, vão ter a oportunidade de fazer uma reflexão sobre o tema e pensar, até mesmo para um futuro, como é que vai ser, como vai acontecer, como o Brasil vai se comportar em cada uma dessas áreas de conhecimento”, disse.
Agência Brasil
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