Os jovens rurais brasileiros continuam a abandonar o meio rural e a agricultura para tentar a sorte nas cidades. Esse êxodo não é fruto apenas de uma lógica que dita que a cidade é o mundo das possibilidades, enquanto o campo é uma área atrasada, mas principalmente de questões materiais e estruturais que excluem o jovem da produção rural. Segundo o integrante da Pastoral da Juventude Rural (PJR) e do coletivo de jovens da Via Campensina Paulo Mansan, há um descaso histórico do governo em criar políticas de peso voltadas para a valorização do campo, onde o jovem possa ter acesso à terra, educação, cultura, lazer e condições dignas de vida. Além disso, a falta de infraestrutura no campo, como transportes, saneamento básico e luz dificulta a permanência do jovens. “Um dos grandes prejudicados é o jovem, porque é muito mais fácil tu ir trabalhar como empregado ganhando um salário mínimo na cidade, ou mesmo trabalho informal, do que lutar pela terra.” Enquanto essas políticas não são postas em prática, a realidade do jovem no campo se agrava: dados do programa Brasil sem Miséria apontam que de um total de 8,2 milhões de jovens rurais, 2,3 milhões vivem em situação de miséria, com renda mensal de 70 reais ou menos. Quando o jovem vai para a cidade, os agricultores mais velhos ficam sem sucessores para continuar o trabalho agrícola Segundo Mansan, o campo perde uma de suas maiores forças criativas. “É um momento da vida onde ele está aberto para o novo, o diferente, ele está num processo de encantamento muito maior. A juventude tem um papel determinante, tanto para inovar as coisas quanto pela sucessão.”fonte: Radioagência NP, José Coutinho Júnior
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