Quando tinha 8 anos, Ana Carolina da Silva sonhava ser bailarina. Para atender ao desejo da filha, o pai Antônio Hercílio matriculou a menina em uma escola de balé. Um ano depois, ao ver o irmão João Vitor, dois anos mais novo, treinar caratê, ela mudou de ideia: decidiu experimentar o esporte dos tatames. O primeiro treino foi suficiente para se apaixonar pela modalidade, largar o balé e virar carateca. Nove anos depois, nesta quinta-feira, 6, os irmãos saíram abraçados e sorridentes do tatame do ginásio da Universidade do Contestado (UnC), onde ocorrem as disputas de caratê dos 25º Joguinhos Abertos de Santa Catarina em Curitibanos. Haviam acabado de ser campeões no kata individual. Vencedora do ano passado da categoria luta até 50 quilos dos Joguinhos, a conquista desta quinta-feira foi primeira medalha de ouro de Ana no kata individual. O kata é a apresentação de uma luta imaginária em que cinco árbitros analisam técnicas de bloqueio, socos, golpes de percussão e chutes levando em consideração movimentos, força e atitudes desportivas. Mas não foi fácil para Ana Carolina conseguir a medalha de ouro nesta edição dos Joguinhos. Logo na primeira apresentação, ela teve de vencer Thainan Foscarini, de Itajaí, então bicampeã dos Joguinhos. O confronto foi equilibrado, mas no final a atleta de Tubarão venceu por 3 a 2. Na fase seguinte, a campeã passou pela blumenauense Gabriela da Silva repetindo o mesmo placar. Em seguida, foi a vez de superar Shayane Ristove, de Joinville, na semifinal por 4 a 1 depois, na final, Débora Kagohara, de Florianópolis, também por 4 a 1. A inédita medalha no kata agora vai para a galeria das conquistas que a jovem guarda em casa. Vai se juntar, por exemplo, a outras duas de ouro como campeã brasileira até 48 quilos. Com 17 anos e 1m55cm de altura, Ana é uma das mais baixinhas entre os 202 atletas entre homens e mulheres que estão disputando medalhas no caratê dos Joguinhos. “A minha vitória prova que tamanho não é documento”, divertia-se, enquanto observava o irmão João Vitor manusear a medalha de ouro que ela tinha acabado de ganhar. O irmão João Vitor, aliás, com apenas 15 anos, é um dos maiores nomes da modalidade. No currículo, ostenta, o bicampeonato brasileiro no kata individual, conquistado em julho deste ano em Vitória (ES). Nesta quinta-feira, ao realizar suas apresentações, ele fez jus ao título e ao favoritismo vencendo todos os adversários. Para chegar à medalha de ouro, Vitor passou por Christian Pontes, de Itajaí (3 a 2); Ian Fedmann, de Blumenau (4 a 1); Felipe Bittencourtt, de Içara (4 a 1); Anderson Vanzuita, de Joinville (5 a 0); e Geovani de Assis, de Criciúma, na final (5 a 0). A medalha de ouro no kata masculino por equipe ficou com os caratecas de Itajaí Cristian Tavares, Pedro Flores e Lucas Lira, que venceram, na final Criciúma, os atletas Murilo Tomaz, David Domingos e Geovani de Assis. No feminino, o ouro por equipes ficou com Blumenau, que superou Itajaí na final. O caratê prossegue nesta sexta-feira, 7, com as disputas nas lutas individuais e termina no sábado, 8, com as finais por equipe. Os Joguinhos Abertos de Santa Catarina envolvem 3,7 mil atletas de 15 a 18 anos e são uma promoção do Governo do Estado, com realização da Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte) e apoio das secretarias de Desenvolvimento Regional (SDRs) e das prefeituras.
fonte SC.Gov
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