Por Ivan Ramos – Diretor Executivo da Fecoagro
Não são poucas as referências positivas que o sistema cooperativo catarinense tem recebido. Relembrando aquele adágio popular, de que “Santo de casa não faz milagre”, também podemos utilizá-lo aqui. Não para desmerecer o reconhecimento que internamente em SC somos citados como o cooperativismo ideal, mas sim para destacar que somos muito mais elogiados fora daqui, do que no nosso próprio Estado. São inúmeras as colocações de pessoas importantes que ao conhecerem o nosso sistema tem referenciado como o modelo ideal. Em diversos segmentos do nosso cooperativismo, os exemplos são merecedores de elogios, não apenas pelo sucesso das cooperativas singulares, que têm mostrado eficiência profissional e preocupação com o social nas comunidades, mas também na esfera superior, nas entidades de segundo grau. Talvez nossos associados, usuários e líderes não se apercebam, mas o próprio exemplo de integração da Fecoagro nas suas atividades tem sido referência nacional. O sistema de compras conjuntas; o projeto da indústria de fertilizantes; a coordenação dos programas governamentais de subsídios com resultados palpáveis e que significam maior produtividade com menos custo para o Estado; e o seu sistema de comunicação; são ações inéditas em nível nacional que muitos outros estados já tentaram executar conjuntamente, e poucos prosperaram. É bem verdade que em Unidades da Federação onde as cooperativas são de maior porte, o individualismo de cada uma é mais presente, como se grandes no cooperativismo não pudessem se unir. Em SC a estrutura de pequenas e médias propriedades rurais e pequenos negócios pode facilitar ou estimular a necessidade de maior união em cooperativas. Destarte no exemplo da Fecoagro, não restam dúvidas que a menina dos olhos do cooperativismo agroindustrial em nosso Estado é a Aurora Alimentos. Os números são gigantes se comparados com outras cooperativas do gênero, mas a sua ação social através da Fundação Aury Luiz Bodanese, também merece destaque. A Aurora tem sido referência em qualidade e eficiência empresarial com um número tão expressivo de funcionários – mais de 25 mil - e de associados - mais de 55 mil. Não é fácil gerir um contingente de pessoas dessa envergadura, principalmente porque os interesses de cada um podem ser diferentes e os produtores da matéria prima processada nem sempre é compatível com ambos os interesses, por ter que acompanhar o mercado consumidor, que pode ser conflitante com os interesses dos agricultores. Mas isso tudo tem dado resultado, razão pela qual a Aurora Alimentos tem avançado, e recebido inúmeras homenagens em diversas áreas que atua. Na última sexta-feira a mais recente: Mario Lanznaster, presidente do grupo, recebeu na Federação das Indústrias em Florianópolis a homenagem da Ordem do Mérito Industrial, distinguida pela Confederação Nacional da Indústria - CNI. Como afirmou o próprio homenageado, essa honraria de reconhecimento nacional é para o grupo que participa das decisões e da força de trabalho da Aurora. Em resumo: uma homenagem ao cooperativismo. Seguindo passos de Aury Luiz Bodanese que em 1997, também recebeu essa homenagem, Mario Lanznaster, bem representa o cooperativismo catarinense, dessa vez em nível da indústria nacional. E aqueles que defendem o individualismo, a desunião ou desacreditam na força da integração, precisam rever seus conceitos e valorizar mais o cooperativismo autêntico. Pense nisso.
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