Mário Lanznaster - Presidente da Cooperativa Central Aurora Alimentos |
Apesar das dificuldades que marcam o cenário econômico de 2015, o setor primário da economia terá um ano relativamente bom para as cadeias produtivas de suínos, aves e leite. O segmento de carnes viverá um bom ano com crescentes exportações de carnes bovina, suína e de aves. A eclosão de epizootias e em alguns países continuará favorecendo o Brasil, que aproveitará os resultados da conjugação de vários fatores: qualidade reconhecida, preço competitivo potencializado pelo câmbio favorável, capacidade de produção e relativa escassez de carne no mercado mundial.
Para analisarmos a situação mercadológica da proteína animal na próxima década é necessário estudarmos a posição do segmento brasileiro de produção de carne suína. Em 2014, o conjunto do agronegócio verde-amerelo - incluindo carnes, grãos, leite etc - exportou para 75 países e obteve divisas da ordem de US$ 96,75 bilhões de dólares. A suinocultura contribuiu com 1,7%, o que correspondeu a US$ 1,6 bilhão de dólares e meio milhão de toneladas.
Esses números são a expressão mais altissonante de nossa cadeia produtiva e comprova que temos uma das mais avançadas indústrias suinícolas do mundo. Esse status resulta da associação de seis fatores essenciais: recursos naturais, disponibilidade de grãos, sistema de produção integrada indústria/criador, privilegiado e reconhecido status sanitário, flexibilidade e variedade de marcados e permanente investimento em tecnologia. Os produtores e as indústrias atingiram um saudável ponto de equilíbrio, resultado da aprendizagem - depois de décadas de erros - sobre os efeitos perversos da gangorra (picos de alta e de baixa produção na proporção inversa de altos e baixos ganhos).
O regime de oferta e demanda no Brasil reflete muito bem o cenário de equilíbrio. A produção em 2015 crescerá 1,5%, atingindo 3,524 milhões de toneladas. Consumo per capita permanecerá em pouco mais de 14 kg por habitante/ano. As exportações devem crescer 5%, passando de 495 mil toneladas para 520 mil toneladas.
Os Estados com maior participação no esforço exportacionista são Santa Catarina com 37%, Rio Grande do Sul 30,3%, Goiás 9,6%, Paraná 9,3%, Minas Gerais 8,5%, depois, Mato Grosso do Sul 3,4%, São Paulo 1% e Mato Grosso com 0,9%. Os principais destinos são Rússia (186 mil toneladas), Hong Kong (110 mil toneladas), Angola (52 mil tonelada), Singapura (32 mil toneladas) e Uruguai (20 mil toneladas). Os outros mercados compram 81 mil toneladas.
A produção total das quatro principais proteínas animais do Brasil aproxima-se das 30 milhões de toneladas ao ano. De acordo com as projeções da ABPA e da ABIEC, em 2015 serão produzidas 13,3 milhões de toneladas de carne de frango (crescimento de 4,31% em relação ao ano anterior), 10,26 milhões de toneladas de carne bovina (+0,29%), 3,52 milhões de carne suína (+1,44%) e 2,28 milhões de toneladas de carne de peixe (+2.70%).
As perspectivas e tendências para o consumo mundial de proteínas são alvissareiras. Não há mais dúvidas de que os países em desenvolvimento irão catapultar a demanda futura por carne. África e Ásia concentrarão cerca de 90% do crescimento demográfico até 2020 Em face desse quadro, a FAO e a OCDE projetam vigoroso crescimento no consumo mundial de alimentos para o horizonte de 2022: a demanda por carne suína crescerá 13%, de carne de aves 19% e de carne bovina 14%, de cereais 15%, de oleaginosas 20% e de lácteos 20%.
fonte: MB Comunicação Empresarial/Organizacional
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