terça-feira, 9 de junho de 2015

ESTADUAL: PROBLEMAS NO SAMU VOLTAM A SER DISCUTIDOS NA COMISSÃO DE SAÚDE DA ALESC



Florianópolis - Os problemas envolvendo a terceirização e altos custos com o Serviço de Atendimento Móvel (SAMU) foram discutidos na reunião da Comissão de Saúde na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. O encontro ocorreu nesta quarta-feira (03), na Sala das Comissões e traçou um panorama sobre os atendimentos no estado. Para o encontro foi convidado o Dr. Cesar Augusto Soares Nitschke, coordenador estadual de implantação do serviço catarinense e atual consultor em Minas Gerais.

Nitschke, que trabalhou na instalação do SAMU em Santa Catarina, fez um breve histórico sobre o serviço. “No início havia uma capacitação inicial e constante para as equipes, além da cobrança de rotinas e foco na qualidade dos atendimentos”, lembra o especialista. No entanto, desde 2012 o SAMU é gerido pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), e registra problemas frequentes nos atendimentos e risco de paralisações. “Com o tempo os profissionais deixaram de ser valorizados, gerando alta rotatividade e aumento nos índices de morbidade”, ressalta.

Além da piora no atendimento à população, os gastos com o SAMU triplicaram desde a terceirização. “A verdade é que, apesar dos esforços dos profissionais, esse modelo de gestão não está funcionando. As pessoas estão sendo mal atendidas. Antes se gastava cerca de R$ 3 milhões por mês com o SAMU, agora o Estado está pagando R$ 9,5 milhões por um trabalho pior. O que está acontecendo com esse dinheiro? Em 2013 fizemos uma audiência pública que já constatou o equívoco que a terceirização representa”, afirma a presidente da Comissão de Saúde, deputada estadual Ana Paula Lima (PT) que lembra ainda que o SAMU catarinense já foi referência em todo o país. “É lamentável. Espero que o Estado não continue seguindo esse caminho”.

Outros dois modelos de gestão do serviço estão sendo estudados pelo Estado. O primeiro centralizaria a regulação e o segundo incorporaria o SAMU ao Corpo de Bombeiros. Para Nitschke as duas opções sairão mais caras e serão menos eficientes. “O ideal é pensarmos em um consórcio público com a participação do Estado e prefeituras. A contratação dos profissionais seria por concurso público”, destaca o médico.
A Comissão irá encaminhar pedidos de informação e de análises do contrato do Estado com a SPDM para a gestão do SAMU.


Foto: Yuri Santos/ Alesc

Assessoria de Comunicação
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