quarta-feira, 2 de abril de 2014

Mobilização por memória, verdade e Justiça percorre o centro da Capital



"Ditadura - nunca mais"
" Para que jamais se esqueça - 50 anos /1964-1985 - do Golpe Militar para que nunca mais aconteça"...
Neste clima,  com faixas, músicas, encenação, aconteceu a caminhada nas ruas do centro de Florianópolis com participação expressiva de líderes sindicais e de movimentos sociais em memória a um povo que sofreu com a Ditadura,  perseguições, torturas, humilhações na "era militar". A mobilização após 50 anos não aconteceu somente no estado catarinense, aconteceu em todo o País.  
Em 1995 foi criada a Comissão Especial sobre mortos e desaparecidos políticos, que apurou cerca de 500 casos de assassinatos. A comissão de Anistia recebeu e também julgou setenta mil casos de opositores presos, e deste expressivo número cerca de 20mil foram torturados.  Já a comissão nacional Camponesa trouxe dados de assassinado de 600 camponeses e o extermínio de tribos indígenas inteiras.  Após 50 anos do Golpe das barbáries cometidas pelos agentes da Ditadura, contra cidadãos, trabalhadores, brasileiros, mulheres, homens que lutavam pela liberdade democrática ainda permanecem impune. Em outros países os responsáveis por mortes, torturas e desaparecimentos estão sendo julgados e punidos, já no Brasil estes jamais foram julgados, e em memória disso é que movimentos sociais, sindicatos e grupos exigem através de atos...., de repúdios.... que seja reparado os crimes cometidos pelos agentes públicos,  e que se mantenha a formação da memória histórica da luta, e do que realmente foi a época da Ditadura.
Em Florianópolis a concentração tomou pontos da cidade com atração cultural em cada parada.  A concentração aconteceu na Sede da União Catarinense (UCE), passando pelo prédio da farmácia Catarinense, antiga livraria Anita Garibaldi, do PCB, onde a  repressão retirou livros e os queimou na calçada isso em 1964, segundo ponto  foi no prédio da antiga FAED, onde funcionava o centro de informações da Marinha, que era a base da repressão em Santa Catarina, depois se deslocou até o Museu Cruz e Sousa, antigo palácio do Governo do Estado, fazendo o encerramento na esquina Democrática.
Para Inês Fortes, professora, militante, Diretora Presidente da Abraço SC, e Diretora do SinteSC, o ato é mais uma das lutas, e que esta mobilização é de grande importância pela memória e pela verdade, Ditadura nunca mais:  " precisamos acabar  com a impunidade os culpados devem ser punidos" frisa Fortes durante a caminhada.
Já para Mário Sindicalista da grande Florianópolis, "estamos no ato para dar apoio as demais entidades, pois estamos numa Ditadura velada no Brasil, os movimentos estão sendo cada vez mais atacados, temos o antigo poder econômico mandando, não estão de fardas, mas continuam no poder, este ato não é só simbólico é muito real, pois estão querendo acabar com os movimentos sociais e os direitos dos trabalhadores".
Shrilei Azevedo do Movimento das Mulheres trabalhadoras Urbanas do estado de Santa Catarina, também participou do ato representando a categoria, para ela ainda falta muito para mobilizar mais a sociedade, e valorizar a democracia de hoje no Brasil, pois segundo a dirigente esta conquista se deu devido a luta dos  companheiros e companheiras que perderam suas vidas durante a Ditadura. 
"o que me assusta é ver em redes sociais entre a juventude o debate da volta dos Militares ao Poder, eles não viveram isso, eles não sabem o que é isso, conhecem apenas por livros de história que enganam, pois a gente sabe que a educação nunca foi pensada por uma educação libertadora,  então   agente precisa dialogar mais com a sociedade e entrar em outros espaços, para que a conversa não fique entre a gente .... e este ato de rua é para  estar dialogando com a sociedade, mostrando o que realmente aconteceu... e lembrando os nossos companheiros que morreram para que hoje pudéssemos estar circulando livremente pelas ruas de Floripa" conclui a militante.
Maria das Graças Albert Presidente do Sindicato dos Federais e  Diretora da Cut - também levantou bandeira no centro da Capital, pois para a Diretora somente através destas manifestações se é possível sair do anonimato.


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