segunda-feira, 1 de junho de 2015

SANTA CATARINA LIVRE DE PESTE SUÍNA CLÁSSICA



José Zeferino Pedrozo - Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (FAESC)

imagem ilustrativa/reprodução
A certificação de área livre de peste suína clássica (PSC) para a cadeia produtiva da carne, recém-anunciada, terá fortes efeitos institucionais e mercadológicos. A Comissão Científica da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) aprovou o pleito brasileiro que solicita o reconhecimento da área. O reconhecimento de Santa Catarina como área livre de febre aftosa sem vacinação, em maio de 2007, consagrou o Estado como centro mundial de excelência sanitária e permitiu a conquista de novos mercados. Acompanhei a assembleia da OIE em maio de 2007 na cidade de Paris, quando foi oficializado o reconhecimento de Santa Catarina como área livre de aftosa sem vacinação. Na prática, o Estado já desfrutava dessa condição, mas a falta da chancela da instituição mundial causava prejuízos à economia catarinense. Em 2007, o Estado estava há 14 anos sem ocorrência de aftosa e há seis anos sem vacinação, configurando um status sanitário único no Brasil. A situação, agora, é semelhante. O último caso de PSC em território catarinense ocorreu em 1992 no município de Santo Amaro da Imperatriz e, desde 1994, o Estado é considerado área livre da doença pelo Ministério da Agricultura. Mas, era preciso o reconhecimento internacional via OIE. Santa Catarina tornou-se uma ilha de sanidade no Brasil, demonstrando possuir um dos mais confiáveis sistemas sanitários do País. Essa condição resultou de esforços dos produtores rurais, das agroindústrias e do Governo. Um eficiente sistema de vigilância sanitária e atenção veterinária está em funcionamento. A partir de 2015, a peste suína clássica (PSC) passa a fazer parte da lista de doenças de reconhecimento oficial da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), juntamente com febre aftosa, peste bovina, pleuropneumonia contagiosa dos bovinos, encefalopatia espongiforme bovina (doença da vaca louca), peste dos pequenos ruminantes e peste equina. A partir de então, o reconhecimento de país ou área livre da doença será obtido através de certificação da agência internacional. Com a nova regra, a peste suína clássica deixa de ser doença de autodeclaração para doença de reconhecimento oficial. Na situação anterior, cada país membro poderia declarar seu território ou parte dele como livre da doença. Com a nova regra os países membros solicitam a certificação internacional à Organização Mundial de Saúde Animal. A Faesc entende que, até meados de 2016, nada muda em relação às exportações de carne suína, já que até lá todos os países membros estão fazendo o mesmo que o Brasil, e solicitando a OIE o reconhecimento de seus estados nacionais ou de parte deles como livres da doença. A partir daí há risco de perda de espaço brasileiro no comércio internacional, seja pela redução do número de Estados certificados como livres, seja pela possibilidade de retaliação do Brasil por países que sejam reconhecidos como livres pela OIE.
Via: Fecoagro
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