sábado, 10 de novembro de 2012

Encontro estadual discute soluções para casos de adoção mal-sucedidos


A partir de um trabalho dinâmico de interação entre conferencistas e participantes, o segundo dia de atividades do 9° Encontro Estadual de Grupos de Estudos e Apoio à Adoção (GAA), realizado na sexta-feira (9), em Balneário Camboriú, debateu formas de evitar a devolução de crianças e adolescentes por parte de pais arrependidos com a adoção. Ao longo do dia, duas mesas-redondas abordaram o polêmico tema. A Corregedoria-Geral de Justiça de Santa Catarina tem dados alarmantes sobre o percentual de devolução de crianças e adolescentes nos processos de adoção já concluídos no estado, especialmente nos casos de adoção tardia.
Relatos de experiências bem-sucedidas no país serviram de suporte para troca de ideias. Primeira conferencista, Vera Lúcia Alves Cardoso, presidente do Grupo de Estudos e Apoio à Adoção de Goiânia (GO), falou sobre o projeto “Anjo da Guarda”, desenvolvido há sete anos em seu estado. Segundo a assistente social, o projeto criado em novembro de 2005 pelo Juizado da Infância e Juventude, em parceria com Grupo de Estudos de Goiânia, com a intenção de desenvolver um programa de apadrinhamento afetivo, já mostrou sua eficácia para reduzir o índice de devolução.

“Apadrinhamento afetivo”
Vera Lúcia explica que o projeto Anjo da Guarda vai além de assegurar os direitos das crianças e adolescentes. Ele possibilita que uma criança tenha um padrinho, estabelecido pelo programa “Apadrinhamento Afetivo”. Este programa permite que famílias selecionadas apadrinhem as crianças que não estão à disposição de adoção. Por sua vez, as famílias interessadas em adotar podem apadrinhar as crianças disponíveis para adoção, permitindo um convívio que vai embasar todo o processo”, explica.
A assistente social salientou também que existem três modalidades de apadrinhamento: o Afetivo, o Provedor e o Prestador de Serviço que estimularão a formação de vínculos afetivos para a inclusão de crianças e adolescentes em famílias, reforçando a adoção tardia, uma vez que no programa só são aceitas crianças acima de cinco anos de idade. “Dentro deste programa, que conta com o suporte de voluntários, psicólogos e terapeutas de famílias, estamos reduzindo o número de devoluções. Em sete anos de trabalho, conseguimos tirar dos abrigos de Goiânia cerca de 50 crianças e adolescentes. O índice de devolução não chega a 5%”, comemora.


Conscientização
Já a assistente social de Porto Alegre (RS), Sílvia Nabinger, discorreu sobre as iniciativas que reduzem o risco de fracassos nas adoções trabalhadas ao longo de 60 anos de existência da equipe de apoio à adoção, no Rio Grande do Sul. “Um dos fatores fundamentais é conscientização. A capacitação dos profissionais envolvidos no processo de adoção também é fundamental para a adaptação entre pais e filhos adotados”, acrescenta Silvia. (Tatiani Magalhães)

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